30 junho 2012

Quase no fim do Sul

O sul que eu gosto é o de finais de Junho, senhoras antigas com netos pela mão, equipadas com chinelos de praia marca Beach Time, ficam-se pela borda de água e deixam o mar todo para mim, senhores que gozam as delícias da reforma e chegam cedo ao areal, equipados de livros com marcas de pó e humidade de sótãos, às vezes atendem os telefones e falam para longe, são os pais dos netos que querem saber se tudo está bem, eles confirmam com o olhar que sim, que o Ivan e a Constança estão felizes, a brincar com os seus baldes e omitem a bola de berlim que acabaram de lhes ofertar, em Junho não tenho que esperar pela minha vez para me servirem um café e posso ler livros enquanto espero pelo jantar que é sempre peixe grelhado, "peixe de mar, senhor Pipoco, disto não encontra na sua cidade", eu confirmo ao velho Julião que sim, que a dourada que me apresenta é coisa em condições, este é o tempo em que o sul se suporta, um sul tranquilo e doce, em Junho até eu sou o mais bonito da praia.

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