Brilhantemente provada, com demonstração e corolário, a teoria "os melhores posts são os que têm menos comentários", uma verdade que todos adivinhávamos mas que ninguém se tinha atrevido a estudar com rigor e minúcia, isto dá trabalho e as pessoas não apreciam chegar-se à frente quando há trabalho académico a fazer, urge agora especificar as metodologias aplicadas neste trabalho árduo.
O primeiro post desta tese é um bom post (sabêmo-lo agora com rigor científico, basta atentar que é um post com menos comentários que os restantes desta saga). Antes de mais, é um post com mais palavras que os outros, o que é um claro indício de qualidade, as ideias mais complexas necessitam sempre de maior quantidade de palavras. Depois, há toda uma remissão para o musical "Cats", numa feliz simbiose entre cultura musical e as pessoas que se autoproclamam "qualquer coisa persons". Há uma piscadela de olho ao facto de projectarmos nos blogs uma imagem que nos convém, não necessariamente coincidente com a realidade e a utilização da figura do velho Deuteronomy Jellicle vs o safado do Rum Tum Tum Tigger para ilustrar esta ideia roça o genial. Depois, a transição para as tipologias de pessoas "Inditex" ou "Pessoa que acha que vocês vão mesmo ouvir as minhas musiquinhas" faz-se de forma absolutamente natural, uma sucessão de ideias que remete o leitor para um universo em que identifica perfeitamente pessoas destas tipologias, o que o inibe de comentar o post, há todo um conjunto de interesses de pertença a um grupo que não suporta o comentário a um post que escalpeliza esse grupo de forma assertiva (trata-se de um trabalho académico, não o esqueçamos) e o eventual comentador não pretende fragilizar os laços que o unem a esse grupo com um comentário num blog de má fama. Finalmente, o remate final, com um toque pessoal do autor, que partilha com o vasto auditório o seu próprio ponto de vista e acaba com um neologismo caracterizador de um determinado subgrupo de bloggers, os "chatacumócaralho". É um bom post.
O segundo estudo de caso, o que caracteriza um post de qualidade mediana, é um post mais curto, que mais pessoas lerão. Há uma remissão subliminar para o tema "sexo", sempre com mercado assegurado, há toda uma transversalidade da problemática do glamour ao longo do post e existe ainda uma partilha das vivências do autor. Finalmente, há o remate que nos coloca toda uma série de questões deontológicas e que nos colocam a dúvida existencial, quando o vasto auditório estava prestes a crer que a eterna questão "pode ser-se só amigo de uma mulher bonita?" estava esclarecida na mente do autor, surge um novo dado, de serem preciso dois para dançar o tango, uma janela aberta para uma realidade em constante mutação. É um post fácil, de densidade mediana.
Finalmente, o terceiro caso. É um post facílimo, a eterna lista de processos com cotação alta junto dos diversos públicos e que o autor domina e, com essa demonstração de domínio, impressiona multidimensionalmente o vasto aduitório, que tende a interagir sob a forma de comentários, ora desqualificando o rigor do trabalho, ora pedindo informação adicional sobre processos que o autor diz dominar. Esta interacção leva o próprio autor a imiscuir-se nas caixas de comentários, algo raramente observado, gerando involuntariamente uma espiral de novos comentários. É um post mau, uma sucessão de ideias já testadas.
Boa tarde, Pipoco...))
ResponderEliminarBom estudo, o seu. 'Cuidado(so) ao abrir', bem desenvolvido e bem fundamentado.
Pois sim...
ResponderEliminar[Insisto na possibilidade de lhe aparecer um cheesecake pendurado num post, para a semana]
Maria Helena
eu gostei mais do primeiro mas nunca comento para dizer "bom post", acho redundante.
ResponderEliminarToda a regra deve ter a sua excepção! Para contrariar a sua tese...sinto necessidade de comentar este post!
ResponderEliminarLamento esta "contrariedade" científica...mas congratulo-o pela excelência e originalidade do ensaio!
Saudações!
Olhando para as conclusões alcançadas, questiono-me quantos irão ler este post até ao fim.
ResponderEliminarSempre será um teste ao pressuposto do nº de palavras.
:)
Também há um tipo de pessoas que têm blog que quando um comentador escalpeliza esse blogger de forma assertiva ele assume que só o pode estar a fazer porque o conhece pessoalmente e a partir daí começa a dedicar posts e comentários e essa pessoa.
ResponderEliminarE isto inibe o corajoso blogger de publicar os comentários.
O que podemos concluir deste ensaio é que o Pipoco tem tempo a mais...o que quer dizer que tem dinheiro a mais ou está desempregado ou reformado mas para "disfarçar" diz que é para um trabalho académico na esperança que acreditemos na imagem projectada (que lhe convém).
ResponderEliminarParabéns pelo trabalho de pesquisa. Deve ter dado muito trabalho a escrever. Veja lá se se distrai com as acções em NY.
ResponderEliminarPipoco percebeu que o post "que estás a fazer neste momento pipoco?" ou lá como é que se chama, era o post que mais irritava os leitores e comentadores. E que mais asco suscitava contra a personagem, não foi?
ResponderEliminarEntão Pipoco, já fez a irish banoffee pie?
ResponderEliminarResumindo e concluindo: não há tempo nem paciência para ler estes extensos e explanados comentários opinativos...
ResponderEliminarÉ que só se consegue ler o 1º parágrafo depois de um longo dia de trabalho...!!
Lendo o ultimo post só posso concluir que há quem se deixe impressionar por muito pouco. Ainda assim, parabéns Pipoco. Excelente imaginação para pintar um quadro tão apetecivel para muitos leitores sonhadores. O pior é que esses mesmo sonhadores só veem o lado glamourso que por vezes tem muito pouco de glamour
ResponderEliminarBem haja ;)
Uuuuhhhh.
ResponderEliminarEstá aqui um anónimo muito...nervoso(a)!!
Pipoco, Pipoquinho, Pipoquito...como prefere?
ResponderEliminarEntão e fotos não há?
Caro Pipoco, enquanto sua fiel leitora de para lá de ano e meio, só tenho duas coisas a dizer-lhe:
ResponderEliminarPrimeiro: uma parte de mim vai morrer em Março;
Segundo: Tenho saudades do Tabasco.
Beijoquita
pipoco, amore... tire lá o acento da palavra "necessariamente". ambos sabemos que foi distracção, mas não lhe fica bem. :)
ResponderEliminarMarina, já está. Obrigado.
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