13 dezembro 2010

Da noite de ontem

O que me parece é que o tal tipo do Wikileaks não se aguenta ao embate, é da natureza dos indivíduos que remexem na privacidade de terceiros não terem estrutura para aguentar a retaliação, este género de exemplares da raça humana são maus jogadores de xadrez, fazem a sua jogada e cuidam que a coisa acaba ali, ficam a olhar para o umbigo, o mundo é deles, não sabem prever a jogada do adversário e, estando eles neste exercício de auto-admiração, o adversário, toda a gente sabe isto, tende a fazer também a sua jogada e, na maioria dos casos, a dar xeque-mate.

É certo que o tipo do Wikileaks está preso por motivos risíveis, o que também é um clássico, que o diga o Al Capone, mas o que me impressiona é que no jantar de ontem quase todos o acharem um paladino da liberdade, eu de um lado e dez outro, gosto sempre quando os jantares de amigos começam assim, claro que isto de um tipo ser o guru da liberdade é fácil quando são os computadores dos outros que são acedidos, quando é a correspondência dos outros que é devassada, quando coloca a questão "e se fosse a tua caixa de e-mail, se fosse o que tu pensas dos outros que fosse publicado?" a coisa muda de figura, "isso é diferente, pá", claro, assim já não parece tão sexy nem tão "liberdade de imprensa", vai daí e falámos do vinho, sim senhores, o CARM está feito um vinhaço, e concordámos todos e ninguém se aborreceu.

2 comentários:

  1. É verdade, isso do CARM. Muito, muito aceitável.

    ResponderEliminar
  2. Agora parecias mesmo um pipoco louro, pá.
    Então metes no mesmo saco os emails de gajos que tomam decisões por nós ao mais alto nível e os que nós, cidadãos comuns, trocamos?
    Que raio de comparação! Nessa linha de raciocínio, Watergate nunca devia ter acontecido, não?
    Fica como aspecto positivo a correcta proporção de forças nesse jantar, desculpa lá a franqueza...

    ResponderEliminar