26 outubro 2010

Sentai-vos aqui em redor do Tio Pipoco, vou explicar-vos como se faz um hate-blog em condições

Isto de fazer um hate-blog em condições tem os seus segredos e não é para todos, maneiras que o Tio Pipoco vai dar uma ajuda para ver se a coisa ainda vai a tempo de se compor e havemos todos de nos orgulhar de ter uns hate-blogs de categoria, como mandam as regras.

i) A problemática da Isildação dos hate-blogs.

Figurinhas fofas e muitas imagens sacadas da net prejudicam a credibilização da coisa, hate-blog que é hate-blog quer-se com escrita incisiva, fundo preto, eventualmente com umas nuances a vermelho. O (eventual) leitor, quando vê muitas figurinhas, peluches e tal, tende a não se focar no processo de detestar com força o blogger focado e, bocejando, muda de canal e sintoniza um blog dos bons.

ii) A problemática da falta de adesão do público

Hate-blog sem público ululante que se revolte em massa contra o visado no hatebloggeriano post do dia, é coisa que me dilacera o coração. É certo que existe um esforço notório dos autores de hate-blog no sentido de promover a sua criação, na forma de comentários anónimos elaborados pelos próprios no fantástico blog dos visados, quase sempre com a fórmula "olha o que dizem de ti". Este esforço é inglório, o visado remete estes comentários para a profundeza da rejeição e a coisa não se dá. Resta a animação da caixa de comentários , promovida pelo próprio hate-blogger, respondendo a si mesmo e a coisa acaba por resultar num processo em que os leitores ocasionais acabam por ter pena do hate-blogger, o que é manifestamente contrário ao objectivo inicial.

iii) A problemática do conteúdo

Quando se deseja trucidar determinado blog, há que fazer o trabalho de casa. Um post que diga "O Pipoco é careca" esvazia-se em si mesmo, a revelação bombástica perde actualidade no preciso momento em que é publicada. Um hate-blog em condições não afirma, antes insinua, cozinhando o blogger objecto do post em lume brando. Por exemplo, insinua-se que "não há registos de Pipoco ter utilizado o barbeiro da sua rua nos últimos dois anos", criando-se assim no espírito do (eventual) leitor que temos caso, obriga-se o (eventual) leitor a pensar, a tratar a informação que lhe é fornecida e a tirar a conclusão final "Pipoco é careca", não sem antes se especular longamente, consultando vizinhos de Pipoco (que confirmam que Pipoco está em fase de tratamento capilar), bloggers que conhecem pessoalmente Pipoco (que insinuarão que é estranho Pipoco apresentar-se sempre de gorro).

iv) A problemática das ideias claras

Meus caros, um post, uma ideia-chave. Nada de misturar duas ideias num post, um hate-blog quer-se assertivo, demolidor, com um soundbite forte e inequívoco. E, por quem sois, escrevei sem erros de ortografia.

11 comentários:

  1. Gostei especialmente de um "impatar". :)

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  2. Podíamos aproveitar e fazer uma fogueira e assar umas castanhas.

    Dress code: casual.

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  3. Já agora, Pipoca, e porque eu sei que é avesso a erros de ortografia, não é "compôr", é "compor".
    E também por algures no meio do txto pelo menos (li em cruz, desculpe) um erro gramatical. ;)

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  4. Não tenho tempo para odiar bloggers. Sujam-se maios os colarinhos e os punhos da camisa e destilar ódio mancha as T-Shirts de uma forma pouco agradável...

    Da minha parte, posso apenas usar comentários idiotas como arma de arremesso. E nem nisso sou original...

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  5. ... água-pé ou geropia (or what else)para acompanhar e não "empapar", é que as castanhas não são própriamente fáceis de digerir. Como os hate-blogs.

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  6. Um hate-blog tem tanta piada como ver o "Último Tango em Paris" sem som. Sem uma banda sonora decente, aquilo dá sono. Recorram ao Cotonete e coloquem uma rádio com músicas cheias de significados dúbios e sugestões sobre a vida sexual e sentimental do visado, por exemplo.

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  7. Um hate-blog tem tanta piada como ver o "Último Tango em Paris" sem som. Sem uma banda sonora decente, aquilo dá sono. Recorram ao Cotonete e coloquem uma rádio com músicas cheias de significados dúbios e sugestões sobre a vida sexual e sentimental do visado, por exemplo.

    (desta vez devidamente identificada)

    Yashmeen

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  8. A Teresa chamou-te de Pipoca! Que tipo de erro é esse cara Teresa???

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  9. Tem toda a razão, cara Luana! Imperdoável, e só me apercebi da gralha depois de publicado o comentário.
    Mas calculo que o Pipoco tenha percebido que foi mesmo gralha, já que usei o adjectivo no género certo: avesso.
    O que eu devia ter feito era apagar e voltar a comentar, essa é que é essa.

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  10. Excelentes conteúdos formativos, kudos!
    Ps: A sagacidade do Pipoco, modos que, excita-me.

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