Ainda ontem almocei com um desses zé-ninguém, o tipo mais cinzento que conheço, escriturário, mulher que lhe orienta a vida, férias no Algarve e casa na terra, mas no facebook é vê-lo feroz e indignado, se o assunto toca ser bola, ele destrata e relembra penalties perdoados no campeonato de noventa e dois, alega forte que conhece pessoas que conhecem pessoas que conhecem os podres, agiganta-se e vibra com quem se lhe alia, que lhe diz que se lembra perfeitamente do tal penalti, foi aos vinte e dois minutos da segunda parte, e eu a ver como facebook transforma aquele homem, amigo do seu amigo, apreciador de um bom bacalhau cozido, que bebe um Papa-Figos tinto nos dias de festa.
Eu, que sou mais blogs, e agora os blogs são para meninos, sei, e sei-o desde o primeiro dia, o que é preciso para gerar tráfego, não preciso de algoritmo nenhum, sabia-o eu e sabíamo-lo todos, o que atraía pessoas era o deitar abaixo, fosse uma desgraçada qualquer que dizia a coisa errada no blog errado, dizer umas maldades sobre o que vestiam as miúdas dos globos de ouro ou outra deselegância qualquer, as visitas tomavam partido, criava-se o normal burburinho nestas situações e estava a coisa feita, as dez mil visitas do dia estavam seguras e amanhã era outro dia.
Mas é claro, o problema não são as redes mas as pessoas. Quanto muito estas coisas potenciam o pior...Quem quer ter êxito e muitos likes segue as regras do dizer mal ou coisas chocantes, arautos de notícias e de coisas que mais ninguém sabe. Já a Vera Lagoa sabia...quem quer vai atrás e quem não quer fica na sua.
ResponderEliminar~CC~
Isso, Tio Pipoco...Chegue-lhes forte e feio. :-)
ResponderEliminarAinda bem que o Pipoco é "mais blogs". "Moi même" também.
ResponderEliminarE é por posts como este que cá venho.
Só acrescento que o tempo dispensado ás redes sociais podia ser empregue para um belo passeio e para brincadeiras com os nossos cães. Ou para ajudar os outros, sendo voluntário numa associação.
Um abraço do Algarve,
Sandra Martins
PS - Festinhas ao cão grande.
A história do início, então no caso do Facebook, acho fabulosa. Depois assumir as proporções que assumiu. Para o bem e para o mal. Bolas, é qualquer coisa.
ResponderEliminarNunca me senti minimamente atraída pelas redes. E não sou nada dada a preconceitos. Acontece que, neste universo, são mesmo os blogs que me dão aquilo que gosto.
Para mim, logo à partida, o principal problema das outras redes, é que dão também um protagonismo que não desejo e que não me faz falta nenhuma.
No trânsito, também há ganas de matar e esfolar. O cidadão aparentemente mais pacifico, parece um assassino em série, veias a sair do pescoço, olhos a querer saltar das órbitas.
Toda a gente sabe, há demasiada gente a viver "enjaulada" por diversos motivos. As pessoas só me têm confirmado isso. Talvez, o trânsito e as redes, evitem que mais gente pegue numa arma e desate a disparar a torto e a direito. Quando acontece "Ah e tal, que chocante, não se percebe como é possível..." O tanas! é que não se percebe.
E o que gosto quando desata a dizer coisas, senhores!
Ah! E, "o amigo do seu amigo", contou com a minha empatia (e é do meu clube, não é, Pipoco? Nesses despropósitos, só pode...) Piscadela de olho e muito boa noite!
E as saudades que eu tenho do Netlog...
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