Que importa se são quatro e meia, põe-te a pé, está certo que não há voos das sete para não perder, agora quase não fazes voos das sete, na verdade nem das sete nem nada, mas quatro e meia é uma hora tão boa como outra qualquer, avança, sempre despachas dois episódios do "Método Kominsky", temporada três, antes do sol nascer, depois escolhes correr o caminho para poente, terás o sol de frente na volta, talvez te ajude a decidir se é desta que compras o barco a remos para aproveitar melhor a barragem em fim de dia, ou então lês o que te falta dos livros que tens meio lidos e espalhados pela casa, afinal parece que vais ler um livro de respeito, é melhor enfrentá-lo sem contaminação, em não te apetecendo correrias com o cão ao lado, podes decidir por sentar-te em posição de flor de lótus e deixar que nada mais importe senão respirares, podes escolher uma voz que te guie e que invariavelmente te sugira, sem impor, que os teus pensamentos se passeiem pela empatia e pela quietude, desistirás ao fim de trinta segundos, bem-entendido, e escolherás afinal a correria, não há nada pior que os teus pensamentos deambulem por verdes prados e por terras de leite e mel, são sete da manhã, o tempo passa a correr, prepara um bom sumo das tuas laranjas e selecciona a Bartoli, não há melhor combinação do que Bartoli e sumo de laranja, isto tirando bola e bifanas ou imperial com camarão da costa.
(inspirado pela Flor e pela Susana, que não vislumbram a beleza que há em acordar às quatro e meia)
Não vislumbrAVA antes de ler este episódio suculento em sugestões matinais! Sumo de laranja com Cecília Bartoli ainda não experimentei (mas quero). Acabar livros inacabados (xiii, agora lembrei-me de um que me pesa na consciência por ter deixado a meio e ser um livro tão amado no geral e inspirador de títulos geladinhos deste blogue) pode ser. E por falar em geladinho, se fosse aí um cruzamento entre cerveja e futebol? Eu isso adoro, embora tenda a acontecer quando o sol já vai a querer descer e não a querer subir, mas paciência.
ResponderEliminarEu só de ler tamanha correria tão cedo, já preciso de vitaminas! Isso são bichos, homem, dos carpinteiros, que não o deixam ficar parado. Claro que também ajuda ter a sua idade e ir para a dama com as galinhas, salvo seja, obviamente.
ResponderEliminar(Gostei da 3 temporada, creio que não haverá mais. Fascina me a crueza? do fim da vida, e gostei muito das interpretações)
*cama! Cama, dama, cama com dama ou dama sem cama, é à vontade do freguês. Maldito corrector automático.
EliminarEm verdade lhe digo, muito pouca gente tem essa característica de necessitar de tão pouco tempo de sono para ficar bem, são uma canseira, o Pipoco e o nosso Presidente.
ResponderEliminarTodas as vezes em que dou por mim prestes a tornar-me uma assassina, a pensar que toda a gente é particularmente estúpida e que não se aguenta tanta idiotice e assim, tudo uma tragédia, uma coisinha de nada a virar um problemão, todos os copos meio vazios, olhos de peixe nada fresco, um verdadeiro estafermo, portanto, acontece numa sequência de noites mal dormidas (e isto muito naqueles dias do mês particularmente nefastos para uma fêmea)
Em outras alturas, também me acontece esse "Ah! Todo um mundo por aproveitar e tantas horas para isso! (até fico assim meio barata tonta sem saber o que fazer primeiro, tantas são as hipóteses), mas, às dezasseis e trinta, dou por mim completamente falecida.
Aposto tudo o que tenho, todas as grandes desgraças de que a humanidade se lembrou, germinaram desse flagelo que é dormir menos do que se necessita, aposto tudo. Eu, de Cláudia Filipa, passo a Anastácia Pancrácia.
Dormi muito bem e isto está aqui que sim senhores e nada de crimes mas sim abraço para os três.
(Ah! E agora lembrei-me! São para mim! Para mim! Todos os posts: "Enquanto dormias"!) Piscadela de olho e fiquem bem pessoas
Eu acho que essa hora nem sequer existe. É um mito urbano.
ResponderEliminarQuatro e meia, é o nome de uma banda.
ResponderEliminarVw