O homem que vendia bolas de berlim à beira da autoestrada do norte, logo a seguir à saída de Aveiras sentido sul-norte, conhecia de vista o Fábio Coentrão, do tempo em que lhe orientava convites para a superior norte do estádio da luz e tinha um Ford Capri a gasolina que gastava quinze litros aos cem que só conseguia aguentar com um negócio paralelo de marcar golos de trivela no Sacavenense, mas só se fossem jogadas pelo corredor direito porque o homem que vendia bolas de berlim à beira da autoestrada do norte era esquerdino, quer dizer, não era bem, na verdade o pé direito tinha um estilhaço de granada, coisas dos tempos de boina negra na Guiné e o estilhaço, embora fosse bom para aviar com fratura exposta o defesa esquerdo adversário, prejudicava a trajetória em forma de curva de gauss, mas observada por uma rotação longitudinal de noventa graus, das trivelas, e foi por isso, e também por não lhe ter sido oferecida a oportunidade de sair com caução, que o homem foi preso, ele e um fornecedor de bolas de bolas de berlim de alfarroba, era o tempo em que estavam na moda porque se dizia que não engordavam tanto, isto se fossem sem creme, como é bom de ver, e tinha a polícia os dois facínoras em celas separadas, mas como não tinham artilhado a coisa de forma a apanhá-los em flagrante delito só os podiam condenar a seis meses de cadeia por um delito menor, mas não mais do isso, não os conseguiam condenar à pena máxima de cinco anos de cadeia, que é o castigo justo para quem vende bolas de berlim à beira da autoestrada do norte, a não ser que um deles confessasse o crime e é aqui que a polícia se lembra da solução, tecnicamente chama-se o dilema do prisioneiro e, consiste em apresentar o seguinte acordo a cada prisioneiro: em troca de uma acusação do parceiro, é-lhe concedida a liberdade e o parceiro leva com cinco anos de prisão mas se nenhum incriminar o outro a coisa fica em 6 meses para cada um, se ambos se incriminarem o resultado é uma pena de 2 anos para cada, ora a coisa acaba como tem que acabar, é assim a natureza humana, cada um escolherá incriminar o parceiro, as pessoas olham só para o seu problema e é por isso que cada um vai apanhar dois anos de prisão, sem cuidar de pensar que afinal a melhor opção era não incriminar o parceiro, fosse assim e estavam livres ao fim de seis meses, passa num instante, mas realmente o que vos queria dizer é que começo mesmo a acreditar que somos campeões este ano e a verdade é que nunca se escreveu neste blog que somos campeões este ano, isto se excluirmos estas duas vezes, a desta linha e a da linha de cima.
Na senda do tema, sugiro a série da Netflix "Suits".
ResponderEliminarSem exagero porque, tal como as bolas de berlim, pode enjoar.
Acompanhado evidentemente por doses de Adberg. Por aqui, foi provado e
Aprovado.
Um abraço do Algarve,
Sandra Martins
O problema, para além desse do comentário nunca mais acabar, seria querer contar com todos os condimentos (mesmo preservando o que há a preservar) só assim valeria a pena, e, às vezes, não dá para escrever sem ficar aquém. Poderia contar apenas uma história, totalmente verídica, uma das que me marcou particularmente, e é uma história do mundo do crime, daquelas que nos baralham completamente as ideias sobre qual será verdadeiramente "a natureza humana" (mas é daquelas histórias que deixa uma pessoa cheia de esperança). Vou ter de ficar por aqui, quanto a esta parte mais séria.
ResponderEliminar"Estádio da Luz", "Estádio da Luz"...
Pois é, já viu o que pode acontecer este ano?! Aposto que até escreveu aquelas últimas linhas baixinho com medo que tanta felicidade fuja mesmo assim à beira de acontecer, não foi, Pipoco? (afinal, o homem não perde mesmo um jogo! (pelo menos da Primeira Liga))
Que esteja, neste momento, a sonhar com coisas em condições e que tenha um dia supimpa!
Resumindo, só sonhos em Bom e em Grande, por aqui. Acho bem.
ResponderEliminarAgora, nisso das trivelas, o que se diz cá para cima é que não há como o ciganito Quaresma. Esse sim, é que sabe disso a valer, dizem...