15 fevereiro 2021

No cinema, tal como na vida

Longas horas de cinema ensinaram-me que existe um padrão, uma previsibilidade que me faz antecipar o fim do filme só pelos quilómetros de celuloide que me passam pela vista todos os anos, sei que o amigo do herói morre sempre nas alturas em menos jeito dá, as reanimações nunca funcionam no tipo bom e funcionam sempre no tipo mau, sempre que o tipo bom se comove e dá alguma vantagem ao tipo mau acaba sempre por ser atraiçoado, o tipo que manda realmente é o impulsivo e que ganha ao poker, apesar de o chefe ser o tipo que cumpre as regras e é bom pai de família, o tipo racional desmancha-se sempre no fim, resolve mostar o lado emocional e acaba por estragar tudo.

3 comentários:

  1. Parece que só anda a ver filmes com mesas de pequeno-almoço dignas da Globo.

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  2. Inteiramente de acordo, Caro Pipoco. O cinema é o reflexo da vida. Sobretudo quando: "o indivíduo bom se comove e dá alguma vantagem ao tipo mau acaba sempre por ser atraiçoado". Coisa que eu, na minha simples e modesta singeleza, há muitos anos venho constatando: «Quem o inimigo poupa, nas mãos lhe morre»...Essa é que é essa.

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  3. Cláudia Filipa15.2.21

    Pipoco, posso deixar um pouco a vida fora disto, no comentário? Sei que assim não tem o mesmo encanto que a ideia do seu post, mas estou aqui a lembrar-me de um tipo de situação tão repetitiva, mas tão repetitiva, que não resisto:
    Nos filmes sobre organizações criminosas verdadeiramente maquiavélicas, há sempre um chefe com grande poder na organização dos bons, que trabalham para desmantelar aquilo tudo, à partida, insuspeito, em quem o mais bonzão de todos (por ser extremamente boa pessoa "derivado" da sua nobreza de carácter, claro) confia inteiramente e nós num camadão de nervos, "não lhe contes as coisas, está calado que ele é dos piores de todos, está-se mesmo a ver, está feito com os horripilantes, sai daí que ainda te desgraças!) e o bonzão a perceber, já mesmo assim no fio da navalha, e a salvar-se no último segundo e nós, ufa! (é nestas alturas que ouvimos alguns a comerem pipocas como se não houvesse amanhã, ouvíamos...não é?)
    E, assim também nos filmes, pelo menos, o tipo racional, nem sempre estraga tudo quando mostra o lado emocional. É verdade que os mesquinhos podem ficar com o que, na sua mesquinhez, poderão considerar um trunfo, que outros poderão considerar um sinal de fraqueza imperdoável, mas, pelo menos, nos filmes, arranja-se maneira de a coisa também ser presenciada pelas pessoas que verdadeiramente interessam e, afinal, o tipo pode muito bem não acabar por estragar tudo.
    (olhe, adorei estar aqui a escrever isto, mesmo. Boa noite!)

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