Desespero e carência, em nada estão relacionados com isto. Depois até pode perder qualquer tipo de interesse, mas nunca desvalorize o poder de uma voz.
Calculei que nenhum homem viesse responder a esta sua pergunta. Ainda assim, fico sempre à espera de surpreender-me. Neste tipo de coisas, normalmente, somos nós mulheres que "damos o corpo às balas", somos, normalmente, nós que aguentamos a eventualidade de colocar-nos numa situação de fragilidade, que possa, nem que só levemente, ser interpretada como tonteria, coisa de espírito fraco ou assim qualquer coisa parecida. No vosso caso, normalmente, se nenhum se chega à frente, os outros "fecham-se em copas". É, não é?. Tirando as excepções, claro, há sempre excepções, esta é uma das diferenças, bem claras, penso eu, na forma como homens e mulheres reagem, vou escrever apenas assim, ou da desigualdade de género na sua vertente que, penso eu, enriquece e, lá está, dá sal a esta coisa da vida.
Agora segue história, toda ela verídica, e ainda em óptimo estado de frescura uma vez que aconteceu ontem: Tinha um almoço marcado, destes, em época de deprimente desconfinamento. Podia, ao mesmo tempo, ficar a observar a reacção e, se não fugissem à pergunta, ficar a saber o que responderiam quatro senhores. Então, como contribuição para um momento de leveza e descontracção, deu-se a situação: Sorriram, riram, olharam uns para os outros e, responder, nada, insisti, (daquela forma em que fica bem mais palerma não responder à pergunta) e então a coisa aconteceu em forma de diálogo e, digo-lhe, até bem entusiasmado, uns com os outros, o que foi muito mais interessante. Três disseram que sim, pode, assim logo, mesmo espontaneamente e com convicção, e outro reclamou que pode lá agora, que o que interessa é todo um conjunto de coisas, e os outros logo a retorquir tratar-se de "apaixonar", logo, de paixão, que a paixão cega, que pode ser a pior coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa, que pode acontecer mesmo só por causa de uma determinada particularidade, que é mesmo uma coisa estúpida, que pode levar uma pessoa a querer muito, a desejar muito, e a acabar mesmo por ficar com um grandessíssimo estafermo com muito pouca qualidade humana, e acrescentavam, não estamos a falar de amor, estamos a falar de paixão (juro que foi dito exactamente assim, aconteceu mesmo ali uma revolta, apaixonada, contra a paixão e os desaires que pode trazer à vida de pessoas de bem), aqui, o único que tinha falado na importância de todo um conjunto de coisas e que era impossível isso da voz, rendeu-se, e, mais, acrescentou, que sim, de facto, um homem pode apaixonar-se pela voz de uma mulher, pelos olhos de outra, pela boca de outra, pelos cabelos de outra, enfim, estão a perceber a ideia (estávamos, como sempre adorei tentar perceber como vocês pensam, também já sabia, já me tinham dito, outros protagonistas, quase sempre tirado a ferros, é verdade, mas depois lá vão dizendo porque, vá, eu sou uma simpática pessoa de bem (sorriso, aqui, claro).
Sabem que vinha contar "em público, por este meio, o resultado da conversa a quem tinha perguntado" e que as pessoas conhecidas só lerão os meus comentários, se me descobrirem sem eu saber, porque é mesmo, mas mesmo giro, para mim, que, aqui, qualquer opinião que, eventualmente, as pessoas possam formar ou ter formado, a meu respeito, por me lerem, não estar ou não ter estado minimamente influenciada pelo facto de me conhecerem pessoalmente.
Mais uma vez, calcula não é, Pipoco? Foi um gosto, participar.
(ai, e, para mim, foi como se tivessem sido só duas linhas, mas, depois, já sei, aqui irá aparecer qual lençol de letras...)
Se uma mulher pode apaixonar-se pela voz de um homem? Sim. Como sou mulher só posso responder nessa pele. Se depois se pode desapaixonar quando o vir? Sim. ~CC~
Mas, "apaixonar", não tem origem na "paixão"? E não começa a "paixão", precisamente, por um entusiasmo, por um empolgamento, normalmente muito pouco sustentado, mas que desassossega a pessoa podendo até retirar-lhe, por uns tempos, grande parte do discernimento no que toca ao objecto da sua fonte de desassossego? Não é precisamente por isso, que se faz a distinção entre paixão e amor? E a diferença entre um homem e um miúdo não será, não a total impossibilidade de apaixonar-se por uma voz, para seguirmos a pergunta do post, mas a maturidade, a experiência, que o levará a uma muito maior capacidade de refrear ímpetos, a uma muito maior disciplina na arte de não se deixar levar "por dá cá aquela palha", até dizendo para si próprio, quem sabe: "Calma, estás parvo, mas agora és algum miúdo?".
As perguntas surgiram, apeteceu-me e gostei mesmo de partilhar. Claro, se ficarem sem resposta, gosto de vocês na mesma (sim, tal qual nossa grafómana).
Pode, Pipoco?
ResponderEliminarAcho que nao tio, a nao ser que esteja muito desesperado/ carente.
ResponderEliminarVw
Desespero e carência, em nada estão relacionados com isto. Depois até pode perder qualquer tipo de interesse, mas nunca desvalorize o poder de uma voz.
EliminarO meu caro anda a tentar dizer-nos qualquer coisa importante acerca d'A Mulher...
ResponderEliminar... por favor concretize.
ResponderEliminarNão nos deixe nesta ansiedade miudinha, neste formigueiro mental. Olhe que já tomo demasiada medicação.
Uma narrativa ao estilo do caro Impontual, mais introspectiva.
Queremos saber tudo!
obviamente desrespeitando por completo a sua privacidade
Como correu com a linda desconhecida?
Deixe-nos aqui em turpor de inveja!
Abraço!
Pode uma mulher apaixonar-se pela escrita de um homem?
ResponderEliminarObviamente que sim!
ResponderEliminarCalculei que nenhum homem viesse responder a esta sua pergunta. Ainda assim, fico sempre à espera de surpreender-me.
ResponderEliminarNeste tipo de coisas, normalmente, somos nós mulheres que "damos o corpo às balas", somos, normalmente, nós que aguentamos a eventualidade de colocar-nos numa situação de fragilidade, que possa, nem que só levemente, ser interpretada como tonteria, coisa de espírito fraco ou assim qualquer coisa parecida. No vosso caso, normalmente, se nenhum se chega à frente, os outros "fecham-se em copas". É, não é?.
Tirando as excepções, claro, há sempre excepções, esta é uma das diferenças, bem claras, penso eu, na forma como homens e mulheres reagem, vou escrever apenas assim, ou da desigualdade de género na sua vertente que, penso eu, enriquece e, lá está, dá sal a esta coisa da vida.
Agora segue história, toda ela verídica, e ainda em óptimo estado de frescura uma vez que aconteceu ontem:
Tinha um almoço marcado, destes, em época de deprimente desconfinamento. Podia, ao mesmo tempo, ficar a observar a reacção e, se não fugissem à pergunta, ficar a saber o que responderiam quatro senhores. Então, como contribuição para um momento de leveza e descontracção, deu-se a situação:
Sorriram, riram, olharam uns para os outros e, responder, nada, insisti, (daquela forma em que fica bem mais palerma não responder à pergunta) e então a coisa aconteceu em forma de diálogo e, digo-lhe, até bem entusiasmado, uns com os outros, o que foi muito mais interessante.
Três disseram que sim, pode, assim logo, mesmo espontaneamente e com convicção, e outro reclamou que pode lá agora, que o que interessa é todo um conjunto de coisas, e os outros logo a retorquir tratar-se de "apaixonar", logo, de paixão, que a paixão cega, que pode ser a pior coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa, que pode acontecer mesmo só por causa de uma determinada particularidade, que é mesmo uma coisa estúpida, que pode levar uma pessoa a querer muito, a desejar muito, e a acabar mesmo por ficar com um grandessíssimo estafermo com muito pouca qualidade humana, e acrescentavam, não estamos a falar de amor, estamos a falar de paixão (juro que foi dito exactamente assim, aconteceu mesmo ali uma revolta, apaixonada, contra a paixão e os desaires que pode trazer à vida de pessoas de bem), aqui, o único que tinha falado na importância de todo um conjunto de coisas e que era impossível isso da voz, rendeu-se, e, mais, acrescentou, que sim, de facto, um homem pode apaixonar-se pela voz de uma mulher, pelos olhos de outra, pela boca de outra, pelos cabelos de outra, enfim, estão a perceber a ideia (estávamos, como sempre adorei tentar perceber como vocês pensam, também já sabia, já me tinham dito, outros protagonistas, quase sempre tirado a ferros, é verdade, mas depois lá vão dizendo porque, vá, eu sou uma simpática pessoa de bem (sorriso, aqui, claro).
Sabem que vinha contar "em público, por este meio, o resultado da conversa a quem tinha perguntado" e que as pessoas conhecidas só lerão os meus comentários, se me descobrirem sem eu saber, porque é mesmo, mas mesmo giro, para mim, que, aqui, qualquer opinião que, eventualmente, as pessoas possam formar ou ter formado, a meu respeito, por me lerem, não estar ou não ter estado minimamente influenciada pelo facto de me conhecerem pessoalmente.
Mais uma vez, calcula não é, Pipoco? Foi um gosto, participar.
(ai, e, para mim, foi como se tivessem sido só duas linhas, mas, depois, já sei, aqui irá aparecer qual lençol de letras...)
Se uma mulher pode apaixonar-se pela voz de um homem? Sim. Como sou mulher só posso responder nessa pele. Se depois se pode desapaixonar quando o vir? Sim.
ResponderEliminar~CC~
Não. Pode entusiasmar-se mas apaixonar-se só se for um miúdo e um miúdo não é um homem.
ResponderEliminarMas, "apaixonar", não tem origem na "paixão"? E não começa a "paixão", precisamente, por um entusiasmo, por um empolgamento, normalmente muito pouco sustentado, mas que desassossega a pessoa podendo até retirar-lhe, por uns tempos, grande parte do discernimento no que toca ao objecto da sua fonte de desassossego? Não é precisamente por isso, que se faz a distinção entre paixão e amor? E a diferença entre um homem e um miúdo não será, não a total impossibilidade de apaixonar-se por uma voz, para seguirmos a pergunta do post, mas a maturidade, a experiência, que o levará a uma muito maior capacidade de refrear ímpetos, a uma muito maior disciplina na arte de não se deixar levar "por dá cá aquela palha", até dizendo para si próprio, quem sabe: "Calma, estás parvo, mas agora és algum miúdo?".
EliminarAs perguntas surgiram, apeteceu-me e gostei mesmo de partilhar. Claro, se ficarem sem resposta, gosto de vocês na mesma (sim, tal qual nossa grafómana).
Deduzo que nunca se tenha apaixonado pela voz de uma cantora, radialista, and so on...
EliminarPode sim!
ResponderEliminarEntão?!
ResponderEliminarA. Por uma voz de mulher.
B. Pela voz de uma mulher.
C. Pela Voz de A Mulher.
D. Outro resultado.
Mas afinal qual é a pergunta?
Raios e mil milhões de coriscos, só nós homens caímos nestas armadilhas existenciais.
e.g. (B)
EliminarAll Human Beings - Pt. 2
Max Richter et al.
Homessa? Um homem pode apaixonar-se por tudo, pessoas, objectos, sons, cheiros, ideias, ideais...
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