29 maio 2020

Pipoco pergunta

Tivéssemos nós consciência, em tempo real, de que estávamos a viver o momento mais feliz da nossa vida, que faríamos para o conservar e não o deixar escapar?

(a partir de uma ideia de "O museu da inocência" de Pamuk)

8 comentários:

  1. Se a cada 5 minutos redopiar outros 5 no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, o tempo volta ao momento que não se quer deixar fugir.

    ResponderEliminar
  2. Anónimo29.5.20

    Por um lado iriamos aproveitar MAIS esse momento. Por outro lado a vida a partir dai nao teria mais sentido. Por sabermos que o auge tinha sido ja.
    Gosto mais como a vida é. Nao sabendo esforcamo-nos mais
    Vw

    ResponderEliminar
  3. Na minha opinião, está no desconhecido a mais bela essência da vida.
    Por isso, é viver cada momento da forma que cada momento o sugere e exige.
    .
    Bom fim de semana

    ResponderEliminar
  4. Vivê-lo, simples e intensamente, com a consciência plena de ser esse o tal momento irrepetível, até porque o tempo não se retém. Guarda-se na memória...

    ResponderEliminar
  5. Cláudia Filipa29.5.20

    Na minha maneira de ver as coisas, acabo por fazer o mesmo tipo de raciocínio como se estivesse em causa aquela questão da bagagem de memórias que resumiria, de forma primordial, o mundo de alguém e a relação com a eventual precipitação temporal para chegar-se a esse tipo de conclusão, particularmente íntima, sem os lugares comuns do costume. Mas isto sou eu a raciocinar. Agora, lá está, mesmo quando é a emoção a dominar, mesmo sem pensarmos sobre isso como se de um problema matemático se tratasse, não acabamos por, mesmo que de forma inconsciente, fazer por conservar os momentos que nos fazem felizes, prolongando-os? E a ausência de fórmula, traduzida no "que faríamos", se por um lado pode contribuir para a nossa "incompetência" no que toca ao prolongamento, não será, ao mesmo tempo, predicado dos momentos mais felizes?
    Bem, mas, ainda por cima, está em causa "o momento mais feliz da nossa vida", o "mais feliz", lá está, pressupõe comparação, poderemos até viver mil momentos particularmente felizes e regressarmos sempre ao mesmo como o mais feliz, mas foram os outros que contribuíram para essa qualificação, esse é o mais porque existiram outros menos. Congelados nesse momento, tivéssemos tido essa consciência sem ter vivido muitos outros momentos, esse teria, para nós, o mesmo grau de preciosidade que faz merecer a qualificação de "o mais feliz"? Quanto mais momentos, mais "legítima" será a nossa atribuição de "o mais de todos", ou não?
    Agora entenderá por que razão vou responder, nada, pelo menos de forma consciente. E, se chegar a ter muitos anos, espero que a minha memória não me faça nenhuma partida e mantenha o meu momento mais feliz conservado para que, então, com todo o mérito, possa merecer o primeiro lugar no pódio, isto se, lá está, o momento mais feliz, não estiver a acontecer nessa altura (e agora ficava aqui mesmo bem um sorriso, eu acho).

    ResponderEliminar
  6. Anónimo30.5.20

    Desfrutava e começava de imediato a engendrar uma forma de superar...
    Sou uma insatisfeita crónica, convicta de que crescer é inevitavel.
    E você, meu caro, o que faria?
    sc

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. No pressuposto de que não haveria momento mais feliz do que aquele, era esse o ponto de Pamuk, havia de me deslumbrar e deixar fluir, afinal qualquer esforço para esmiuçar o momento havia de lhe retirar grandeza, um pouco como quando filmamos o concerto do nosso artista favorito em vez de apenas nos deslumbrarmos com o momento

      Eliminar
  7. Um dos livros da minha vida:)
    Mas acho que nunca teremos consciência disso...
    ~CC~

    ResponderEliminar