Don José Alves, o maior de todos os apanhadores de polvo em toda a largueza do sotavento, e talvez possa incluir também metade do barlavento, homem de poucas mas acertadas falas, excelente bebedor de cerveja preta e a melhor companhia que se pode ter quando o que nos apetece é tomar um gin de final de dia a acompanhar marisco da costa, estende-me dois cefalópodes magníficos, informando-me que aquilo é material que eu, nas minhas vidas de homem das cidades, jamais degustaria, não fossem as suas artes ancestrais, a sua mão hábil.
Mais me acirrou Don José Alves, desdenhando dos meus conhecimentos colaterais de cozinha, insinuando que eu não teria traquejo suficiente para preservar o potencial de prazer proporcionado por aqueles exemplares, atrevendo-se mesmo a afirmar não estar certo das minhas capacidades de aplicar as melhores práticas ou, pior, não estar seguro de que não adicionaria ingredientes menores ao petisco.
Don José Alves havia de apreciar os meus resultados, tivesse ele aparecido pela lezíria ontem à noite.
Mais me acirrou Don José Alves, desdenhando dos meus conhecimentos colaterais de cozinha, insinuando que eu não teria traquejo suficiente para preservar o potencial de prazer proporcionado por aqueles exemplares, atrevendo-se mesmo a afirmar não estar certo das minhas capacidades de aplicar as melhores práticas ou, pior, não estar seguro de que não adicionaria ingredientes menores ao petisco.
Don José Alves havia de apreciar os meus resultados, tivesse ele aparecido pela lezíria ontem à noite.
Aí é que está o busílis da questão...
ResponderEliminarComo poderemos ficar cientes da capacidade de Dom Pipoco, na arte de bem preparar, cozinhar e apresentar, todo o bom cefalópode em qualquer tacho ou panela, se Don José Alves não fez a prova?
Lamento, mas a dúvida permanecerá ad eternum...
Sabe, na minha cabeça, ficou enraizada esta ideia de que será bem mais difícil dar eficientemente bem conta da situação polvística sem prévia congelação. Vivo numa zona cheia de praias a dez minutos, assisti muitas vezes à chegada de pescadores e, muitas dessas vezes, a pessoas da minha família a comprarem seres do mar directamente de um barco, mas esta história, de que para obter-se melhores resultados o polvo deveria ser sujeito a congelação, ouvi pela primeira vez, e única, a uns pescadores num dos restaurantes num lugar muito simpático chamado Trafaria.
ResponderEliminarLeio o seu post e, afinal, parece que é possível tratar bem da situação em modo fresco, se assim for, é, para mim, a queda de um mito em relação à melhor forma de lidar com o polvo.
E, sim, Pipoco, vá, seria mesmo giro que acontecesse, um momento que, de certeza, iria ser de grande gozo para ambos, seria o Pipoco cozinhar e Don José Alves efectivamente provar e dizer de sua justiça. Até daqui se consegue ver, em antecipação, a picardia divertida e os vossos olhos a brilhar, se acontecer.
Cláudia, o povo sabe que, antes da vulgarização do uso de congeladores, havia e creio ainda haver o hábito de "sovar" o polvo. Bate-se com o dito numa pedra com vigor e assim fica pronto a cozinhar.
EliminarPresumo que, das suas incursões por terras piscatórias, Don Pipoco tenha conhecimento de tais práticas. :) Ou, quem sabe o sovaram por ele! :)
EliminarConfirmo, cá por terras minhotas a minha mãe sempre deu a sova ao polvo com um pau! O certo é que ficava e fica sempre maravilhoso :)
EliminarOlha! "A minha" Maria Ela! Ah! com que então é assim. Obrigada, Maria.
EliminarObrigada também à Luz.
E, agora, não ligues, Maria, é que, não vou resistir à parvoíce que está a passar-me pela cabeça... Foi, quase de certeza, Pipoco, que deu um grandessíssimo tareão nos pobres, que, para além de incautos, jaziam completamente falecidos, foi de certeza...Depois de ter chegado daquela situação do Julio, foi-se aos pobres e deu-lhes uma valente tareia...Daí a coisa ter resultado tão bem...