30 abril 2018

Ballade pour Mironne

E lá estávamos nós, o mar agreste da costa do Paraguai a fustigar-nos, lembro-me que pedimos um Beaujolais, sempre apreciaste os vinhos velhos, depois, era o tempo da tua mania dos vegeterianismos, encomendaste uma salada, uma magnífica Calabreza, do meu bife tártaro bem passado só recordo o travo magnífico a hortelã das Índias, mais tarde o chefe de sala do Don Julio havia de nos escolher os melhores lugares, mais perto da orquestra não podíamos estar, ainda mal nos tinham servido as entradas, uma canjica como já não se faz, e já os violinistas atacavam Piazzola, esse mestre dos boleros que tantas vezes dançámos juntos, os nossos corpos colados e que Hemingway tão bem contou nessa última obra que nos legou, esse tremendo "A Leste do Paraíso", a história triste dos homens que nunca foram meninos, era o tempo em que éramos felizes e não o sabíamos.

14 comentários:

  1. Anónimo30.4.18

    Estes são sem dúvida os melhores posts. Só tive de ir ver o que era uma canjica, não é mau.
    (Piazzolla leva dois "éles", de resto está perfeito)
    MP

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    1. (Piazzolla só com um "éle" faz parte...)

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    2. Anónimo30.4.18

      (claro que sim, como pude pensar o contrário? Que cabeça a minha...)
      MP

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  2. «Eu não iria contigo Corto Maltese», diz Pandora. «Eu sei», responde ele. E coloca-lhe ao pescoço o colar de flores. «Adeus, Pandora.» «Até à vista, Corto Maltese.»

    E o céu coalhou-se de gaivotas.

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    1. Se eu prometer que não faço barulho e me porto bem deixam-me ficar aqui?

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  3. Não acredito. Este post é uma fraude!!

    A esta hora, desde Astor Piazolla a John Steinbeck, está tudo a dar voltas na tumba!
    Pior...Mr. Xilre sabe disso e compactua. Inacreditável!

    Que pouca vergonha, Tio Pipoco. Enganar assim os leitores incautos.

    Ai de si se não publicar isto, aviso-o já!!!

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  4. C'oa breca...isto de estar tantos dias à boa vida, já me fez meter a pata na poça! Que se lixe....

    Posso dizer como o Bocage, Mr. Pipoco? Não? melhor!

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  5. Anónimo30.4.18

    Então?...Olhe que não tenho o dia todo, Dom Pipoco. Bem...:(

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  6. Anónimo30.4.18

    Lindo menino!!...Agora que tudo vai ficar na mesma, como a lesma, vou à minha vida!
    See you later.:P

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  7. Anónimo30.4.18

    Os meus favoritos!

    Marta

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  8. Aaaaaiiiiiiiii (suspiro longo). O Pipoco sabe dizer coisas tão lindas...

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  9. Cláudia Filipa1.5.18

    Com os fantasmas levou-me de volta ao tempo em que li o clássico "Planície onde não sopra nem a mais pequena aragem", sabe, ia com aquela ideia de que seria um prazer, mas não foi, fiz um esforço para chegar ao fim do livro, no entanto acabou por marcar-me, não esqueci a forma como Charlotte nos mostrou como pode ser a nossa vida se nos deixarmos dominar pelos nossos fantasmas.
    São sempre os meus preferidos, ainda não lhe tinha dito, e está ali um deles, aqueles que são uma orientação no labirinto para que o seu fiel amigo Sancho da barriga avantajada chegue à Dulcineia certa. Sempre tão sonhador, tão distraído, o Sancho, ainda morreria soterrado, ou ficaria com a primeira que transformasse a farinha em carcaças, nessas andanças pelos moinhos da vida.
    Não há dúvida, o cronista voltou a escrever e eu estou agora neste prazer de pôr a leitura em dia e também a deixar aqui este comentário, mais uma forma de comemorar este importantíssimo feriado religioso, que celebra o mandamento: "Também terás direito à preguiça".

    (Para o Pipoco, claro, mas também para a Mirone. E sei muito bem que não mereço um Aaaaaiiiiiii, longe disso, esses só o Pipoco consegue arrancar, mas, nem que seja um "ai que horror", também quero)

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  10. Claudinha, são muitos anos a baralhar, partir e dar, não há como não suspirar. :DDDDD

    (Um beijinho! Se isto - beijinhos via caixa de comentários - não eriçar os três cabelos brancos e órfãos do nosso anfitrião, não sei o que eriçará!)

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