10 fevereiro 2016

Pipoco também fala de Chanel

Vai para dezanove invernos que ando à procura do chocolate quente perfeito. Há dezanove invernos serviram-me o chocolate quente perfeito num abrigo de montanha, depois de dez horas de maus caminhos nos Dolomites, com uma boa corda às costas, à chuva e com demasiado frio, mesmo para os meus padrões. No abrigo havia uma lareira de lenha que me secou as botas e um chocolate quente que me aqueceu a alma. Vai para dezanove invernos que procuro um chocolate quente igual, já o procurei no Artisan du Chocolat, em Chelsea e no Ritz de Viena, no Les Deux Magots e no Butler de Dublin mas nenhum me soube como aquele chocolate quente no abrigo de montanha dos Dolomites, há dezanove invernos. Leite quente e um pacote de Ovomaltine.

7 comentários:

  1. Cláudia Filipa10.2.16

    Olá, Pipoco! (Vou comentar, embora vá ser macaquinho de imitação, coisa que levaria, Chanel, a torcer o nariz)
    Sabe que não vai encontrar outro igual por muito que procure.
    Quando muito, poderá voltar a viver situações parecidas, mas não iguais a essa. O contexto que antecedeu esse chocolate quente, por ter sido diferente, tornou-o único, insubstituível.
    Boa noite.

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  2. (ufa! que me assustei com o título)

    Este Chanel, sim, um Chanel vestido de chocolate quente. Do melhor. E com uma lareira por perto, é um artigo de luxo. Sem dúvida.

    Já o outro Chanel, aquele dentro de um frasco vestido com uma camisola estampada com um número cinco, fujo, uma pessoa fica muito enjoada com o aroma demasiado quente e demasiado forte. Aliás, fiquei traumatizada com o ter que partilhar todos os dias o elevador do trabalho, de manhã cedo, com uma senhora que tomava banho em Chanel nº5. Por vezes preferia subir os catorze lanços de escadas (sim, catorze) a ter que levar com aquilo (bom, fazia batota, lá pelo meio apanhava outro elevador). Já o Chance, caso o caro Pipoco não saiba, é do melhor que existe. "Vestir" Chance e beber um chocolate quente perto de uma lareira é... perfeito. O 212 da Carolina Herrera também é comparável ao chocolate quente. É muita perfeição junta.

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  3. Anónimo11.2.16

    Quanto maior o esforço físico e o frio, melhor o chocolate quente. Toda a gente sabe disso, ora.

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  4. Anónimo11.2.16

    É o desespero. O desespero é que nos faz acreditar que aquilo é o melhor do mundo. Acontece com quase tudo, até com as mulheres, quando não fazem o amor há muito tempo apaixonam-se por criaturas que nunca viram, só porque escrevem coisas que parecem bonitas, nisto dos blogues. É o desespero, Tio. (e se ao desespero se juntar o marketing, a coisa é fatal)

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  5. Pipoco, estou mais ou menos fechada em casa há 3 meses e esta conversa de Roma, Dolomitas e Ovomaltine está-me a fazer muito mal. Eu já andava a sonhar com montanhas e agora isto. É só para avisar que logo lhe mando a factura do meu terapeuta, que isto vai degenerar em depressão pós-parto na certa. Ou isso ou esta tarde vou ali ao parque com a criança dependurada... assim não chova.

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  6. Anónimo15.2.16

    Tio,
    Vou no final do mês a Roma e venho pedir-lhe os seus sábios conselhos.
    Algum espetáculo que me aconselhe a ir ver?
    Obrigada,
    Ana B

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