10 dezembro 2015

Em verdade te digo, Ruben Patrick

Quando se te afigurar que ela, por fim, assimilou que as coisas são como são e que poderás, impante de felicidade, prosseguir sem mágoas e sem mazelas de maior, não te iludas.

É nesta fase, quando ela pressente que respiraste fundo, crendo tu que o entendimento dela era equivalente ao teu, que se dá início formal à mais penosa das fases do processo, onde te sentirás o mais ignóbil dos vilões, em que carregarás a culpa das lágrimas que lhe escorrem pela face,  em que serás tentado a validar todos os teus procedimentos, em que questionarás a correção das tuas acções e onde, finalmente, lhe proporás o teu ombro, de forma a que ela possa descansar a pobre cabeça atormentada, e tu, pobre de ti, pensarás que não virá mal ao mundo se lhe apaziguares a mágoa.

Se te parecer coisa acertada isso do ombro, Ruben Patrick, afasta-te e espera que te passe. Há-de passar.

6 comentários:

  1. Anónimo10.12.15

    isso chama-se trauma tio, não generalize.
    vw

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  2. Caro Pipoco,
    Talvez o jovem Ruben não queira que passe. Eu sei que quereria que não passasse.
    Um abraço,
    Outro Ente.

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  3. Claro que é conveniente ler o presente post com esta música a tocar em fundo:

    https://www.youtube.com/watch?v=_n8IywShEVo

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  4. Um vilão nunca propõe o ombro a alguém. A própria designação de vilão já é, à partida, reveladora do seu mau carácter. E sendo na onda do mau guarda-os todos só para si. "Ambos os dois". Os ombros. Aliás, um vilão afasta-se sempre, não é só no depois, é no durante também. O que quer que durante queira dizer.

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