17 junho 2015

Déjà vu

Ao contrário do que se apregoa por aí, Ruben Patrick, as  mulheres não têm o seu apogeu de beleza ali por volta dos vinte e cinco-trinta anos. A minha perspectiva sobre essa interessante temática (e que sei eu destas coisas?...)  é, como de costume, contrária ao mito urbano, a beleza de uma mulher, pelo menos aquele tipo de beleza capaz de me interessar, tem um nível zero ali por alturas dos vinte e cinco anos e desenvolve-se em crescendo, como o Bolero de Ravel, até cerca de uma idade que não vou aqui quantificar, por respeito ao meu target de leitoras, cada vez mais sénior, acrescentando-se a essa idade mais dois anos no caso de ela ser boa jogadora de xadrez, retirando-se-lhe outros dois se ela adoçar o café.

O que acontece é que, se algumas mulheres perseguem este caminho tranquilo rumo ao nirvana da beleza, sem atropelos à verdade dos factos, mantendo um equilíbrio no desenvolvimento psicomotor que as conduzirá a uma beleza fulminante ali por volta da idade da Isabelle Adjani quando era mais nova, outras investem no cavalo errado, cuidando que lhes é mais favorável manterem-se numa adolescência eterna, mascando pastilha elástica de forma a que o próprio Jorge Jesus se sentiria incomodado, adoptando um comportamento que pede meças ao da própria miudagem da EB+S da Rinchoa ou ainda sendo desagradáveis com as pessoas, ameaçando mostrar o decote por tudo e por nada, enchendo-nos a todos de comiseração pela desgraça alheia.

Dito isto, e após duas semanas das mais divertidas e interessantes que tive nos últimos anos, prossigamos então, com a desejável harmonia que a todos nos conforta, rumo aos ensinamentos a que este blog habituou os seus fiéis.

21 comentários:

  1. Lady Kina17.6.15

    Em resumo, o Pipoco gosta é de velhinhas "chiques" e cheias de "classe", que não bebem, bebericam, que não andam, desfilam, que não tossem, solfejam, e criou este blogue a pensar nos serviços que poderia prestar-lhes. Acho bem. E como está a correr o negócio? Ou só lhe saem velhas malucas directamente de woodstock que se peidam? (se calhar não posso dizer peidam...)

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    1. Lady Kina17.6.15

      Caramba, esqueci-me de dizer "com nível", este blogue tem por target velhinhas com muito nível. Não sei com me fui esquecer deste requisito...(deve ser das ganzas que fumo em Woodstock)

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  2. Anónimo17.6.15

    Parece-me que lhe agradaria...ao tio, naturalmente. O Ruben está demasiado verde e eu odeio ensinar...

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  3. Cláudia17.6.15

    Para mim, a frase que diz que beleza não tem idade, não é frase feita. Há pessoas que nunca foram bonitas e outras que nunca deixam de o ser. Existem outras que com o passar dos anos se tornaram muito mais interessantes, conheço várias.
    Uma vez que deu o exemplo de uma atriz, nesse campo temos uma série de bons exemplos, nacionais e internacionais, mas, apetece-me dar como exemplo, Lauren Bacall. Lauren Bacall, morreu o ano passado, um dia depois de Robin Williams. Todos, até porque foi uma morte prematura e trágica, falaram da morte de Robin Williams, poucos falaram em Lauren Bacall, de quem eu tinha visto há não muito tempo uma entrevista, estava essa senhora mesmo à beira dos noventa anos. Aquela senhora, com uma lucidez admirável, continuava, achei eu, linda, como também sempre achei que era. Aquela beleza que vem acompanhada de classe, de saber estar, daquela mais qualquer coisa agradável que têm aquelas pessoas relativamente às quais se imagina ser bom estar em companhia de e eu pensei que bom que era envelhecer como Lauren Bacall.
    (Quanto a Isabelle Adjani, os anos não lhe têm sido nada favoráveis, ou terão sido as plásticas que não têm sido favoráveis... seja como for, parece-me um exemplo de quem está a envelhecer mal, ou de quem não tem sabido envelhecer em beleza).

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    1. Saber estar. Aí está o meu conceito de beleza.

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    2. Anónimo17.6.15

      "Saber estar" tornou-se um cliché...ou sempre foi, possivelmente.
      Saber estar para aqui, saber estar para acolá, nas bocas de mundo .. garanto-lhe !

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    3. Cláudia18.6.15

      O problema de alguns clichés, não é o facto de serem clichés. O problema de alguns clichés é o facto de andarem na boca de tanta gente e depois serem tão poucos a saberem o seu verdadeiro significado. Tantos a conhecer e tão poucos a pôr em prática. É o facto de serem coisa dita e não praticada que os banaliza.

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    4. Cláudia18.6.15

      * a saber

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  4. Anónimo17.6.15

    Aaaaah... A beleza, esse tema tão interessante.
    Vou-lhe transmitir a minha "perspectiva na óptica do utilizador": Sou relativamente jovem e tenho/ tinha bom ar mas sempre fui muito auto-critica em relação ao meu aspecto. Entretanto, apareceu-me uma paralisia facial e, durante uns tempos, quando sorria parecia o Jack Nicholson no Joker, se o Joker tivesse a boca de lado.
    Felizmente, estou a recuperar, embora não tenha certezas que alguma vez voltarei ao que era, tanto física como mentalmente.
    No meio disto tudo, a única certeza que tenho é o meu conceito de beleza alterou-se para todo o sempre.
    Bom... E, quando vir alguém a mascar pastilha ou a comer de boca aberta, questionar-me-ei,sempre, se será uma questão de maneiras ou uma paralisia de Bell a dar um ar da sua graça.
    ( Inserir similey "piscadela", que jamais ousaria inserir por uma questão de respeito.)

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    1. Que comentário tão bem feito. A beleza não é nada. A beleza física, bem entendido. Pode ajudar a arranjar emprego mais facilmente e pode ser o primeiro passo para repararem em nós, nada mais.

      As pessoas bonitas notam-se à distância.

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  5. Anónimo17.6.15

    Estamos a ficar velhos, apreciamos mulheres que não reparem tanto nisso, e de preferência que já tenham aparecido nuas na grande tela!

    Caro Ruben, esquece as mulheres que jogam xadrez. Vão atormentar-te o espírito! Repara que o Tio por vezes só quer saber se estás atento!

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    1. Estamos a ficar sofisticados, meu caro.

      (não me estrague o rapaz...)

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  6. Anónimo17.6.15

    "Estamos" a ficar cheios de contradições, Tio Pipoco. Já reparou nisso ?

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  7. Estou quase tentada a recomendar ao Ruben Patrick que vá um pouco mais além na aprendizagem, que não se fique apenas pelos seus conselhos, que não duvido que sejam sinceros mas que o farão ver a realidade apenas pelos seus olhos -- ora, permita-me a sinceridade, não sei se o levarão muito longe.

    Um bom dia, Caro Dondoco.

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  8. Nunca imaginei que se desse ao trabalho de contestar mitos urbanos...mas está bem, vale sempre a pena incitar a reflexão e o pensamento crítico.
    Penso que a Susana André se esqueceu de incluir no seu livro o mito urbano que refere. Uma pena!

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  9. Anónimo18.6.15

    Lendo este seu post, lembrei-me de uma anedota muito gira (que não tem muito a ver, mas olhe, lembrei-me), como não sei contar anedotas vou ser breve:
    Certo homem andava á procura de uma mulher bonita, encontrou uma colega de faculdade bonita e casou-se com ela. Só que ela era burra. Farto, mais tarde separou-se e encontrou uma bonita e inteligente. Casou-se com ela, ela vigarizou-o e este ficou sem nada.
    Conclusão; Agora...entre duas mulheres ...escolhe a mulher das mamas (termo médico) grandes. (ps: desculpem os mais sensiveis).
    VW

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    1. Fáfá25.6.15

      Serão essas confiáveis ou … não precisam …???

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  10. Anónimo18.6.15

    http://cdn28.us3.fansshare.com/photograph/isabelleadjani/isabelle-adjani-left-and-werner-herzog-in-nosferatu-photo-courtesy-of-shout-factory-bleeding-light-film-group-movies-1706692980.jpg

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  11. Anónimo18.6.15

    Jogo bem xadrez e não adoço o café! Qts pontos...?

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