03 março 2015

Talvez

Talvez João da Ega não se perdesse se tivesse encontrado a companhia de Zé Fernandes em vez de Carlos da Maia, talvez Gonçalo Mendes Ramires aproveitasse melhor a fortuna do mandarim e não se atormentasse como se atormentou o bacharel Teodoro no pós-tilintar a campainha, talvez o Primo Basílio se tivesse entendido com o Padre Amaro e só se perdia uma família, talvez o Conde de Abranhos tivesse sido amigo para a vida de André Cavaleiro se o conhecesse, talvez o tipo do Top Gun não se tivesse safo tão bem se aquilo se passasse no Apocalipse Now.

31 comentários:

  1. "- Oh, senhores! Que eu não possa vir à cidade sem encontrar de cara este animal do Cavaleiro! E sempre no largo, defronte da casa! É sorte!... Esse bigodeira não achará outro lugar para onde vá caracolar com a pileca?"

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  2. Talvez sejam todos retratos de criaturas que nos couberam em sorte.
    Pergunto: quem educou estes imbecis?

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  3. Talvez Potugal não estivesse neste estado se o D. Sebastião tivesse preferido o sol de Lisboa aos devaneios clandestinos de Itália.
    Legou, porém, à maioria dos nossos políticos, uma técnica fabulosa para se safarem das cagadas: fingirem-se de morto.

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    1. Anónimo3.3.15

      Bravo! Bravo!

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    2. Anónimo3.3.15

      ...e criarem o muro do nevoeiro para toldar a gente, no enevoado semi-nada de esperança, de saudade e de nada .

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  4. ... antevejo críticas dos mais rectos e anónimos puristas a determinada conjugação ...

    (talvez as Parcas tivessem permitido melhor fado a Carlos da Maia no Apocalypse Now)

    ((estou a apreciar as referências cinematográficas; há uns quantos posts Blade Runner com o excelente Xilre; agora o fantástico A.N.; estamos quase no sorumbático The Thin Red Line, no visceral Raging Bull ou no hipnótico The Tree of Life))

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    1. O meu caro capta (quase) sempre o essencial do que me vai na alma. Ainda não decidi se aprecio.

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    2. Anónimo3.3.15

      Safado...

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    3. (((concordamos que o Jardim necessita de uma Serpente?)))

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    4. (absolutamente)

      (são as serpentes que conferem imprevisibilidade aos jardins)

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    5. Anónimo3.3.15

      O Quiescente capta tudo, e quanto à determinada conjugação....eheheheh...
      Ó Pipoco , o senhor diz-se deus, mas aqui quem pensa e escreve divinalmente é mesmo o Quiescente. ( a verdade é que ele já saiu do Eça, há muitas leituras interessantes e variadas por aí.)

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    6. (confirmo, anónimo, o Quiescente escreve e pensa de uma forma muito capaz)

      (quando eu o permito, evidentemente...)

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    7. Cláudia3.3.15

      Gosto sempre tanto destes diálogos dos meus caros uns com os outros, quase que vos imagino...umas piscadelas de olho, em grande cumplicidade...parece que entrei numa barbearia...

      (Aproveito para dizer que gostei do post, destes duetos improváveis e bem que gostava que o espírito se me tivesse iluminado para me armar em mais engraçada ainda e também inventar um, mas confesso, não consegui...estou triste...não tenho categoria para serpente, não passo "da cauda de uma gata entre a folhagem"

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    8. Cláudia, as suas intervenções e considerações já fazem parte da parte boa deste blogue. Não se menospreze.

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    9. Anónimo3.3.15

      Impressionante a quantidade de personagens que uma só pessoa pode vestir... É de aplaudir. Tem sorte o Sr. Pipoco, clientela não lhe faltará.

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    10. Anónimo3.3.15

      E isso é que é mesmo para muito poucos. Sobretudo quando os resultados são brilhantes, como é o caso. Não apenas aplaudo, mas invejo. Hélas, invejo muito.

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    11. Lady Kina3.3.15

      Ihihihihihihihihihihih!

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  5. Talvez este grande blog esteja cada vez melhor!

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  6. Cara Cláudia, não sou imune à lisonja. Tenho apreço pela sua referência. Mas, por Deus(!) minha cara, não continue a menosprezar as suas intervenções!!!

    Caro anónimo, agradeço mas peço-lhe, não me "ajude". É sem malícia e por compulsão irónica que faço estes reparos.
    O caro Pipoco merece alguma oposição para matizar este magnífico blog.

    E volto a garantir que, apesar de ser anónimo (não para o caro Pipoco e uma mão não muito cheia de outras pessoas), nunca escrevo como "anónimo".
    As pessoas dos blogs que tenho o privilégio de frequentar merecem um pouco mais que isso. É difícil manter um bom blog e no entanto é demasiado fácil comentar.

    Está sempre disponível no meu perfil o mesmo email para as críticas que pretendam fazer.

    As minhas desculpas pela prédica. Ninguém é imune ou isento de crítica. Se por vezes sucumbo a algo mais que simples ironia devo-o às emoções da minha fragilidade humana. Desculpo-me por cada ofensa depreendida.

    Agradeço.

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    1. Eu, uma Uva Passa, quase um bagaço, digo aqui publicamente, quero dizer, aplaudo de pé, pela qualidade artistica das palavras, e inteligência, alguns comentadores que hoje aqui vi passar, de entre os quais se destacam dois sem blog. Pisco o olho e saio de mansinho, não vá a gata assanhar-se e o tranquilo aquietar-se. Boa noite caro Pipoco.

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    2. Cláudia3.3.15

      E digam lá se não dá vontade de dar um abraço tão forte a esta Uva que até lhe saltam as grainhas.

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    3. Dá, Cláudia, dá. A Uva é brilhante e tem um maravilhoso sentido de oportunidade.
      Mas também dá vontade de te dar um abraço a ti, mesmo não tendo grainhas. :-)

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  7. Cláudia3.3.15

    Pipoco, tendo em conta que algumas pessoas não conseguem passar sem teorias da conspiração e insinuações, peço-lhe licença e desculpa por ir usar o seu espaço para isto, mas não consigo não me manifestar, até porque não tenho nada a esconder, também nada que justificar, mas faço questão de o fazer, então aqui vai:
    Para que fique bem claro, desde que passei a comentar com o meu nome, pouco depois de ter vindo em descoberta dos blogs, nunca mais comentei em anónimo, nem vou fazê-lo nunca, o meu nome é mesmo aquele com que comento, tenho dois nomes próprios, chamo-me Cláudia Filipa e comento, quando me dá vontade, no Pipoco, na Uva, na Picante, na Dias Cães e agora na Susana, porque já posso :), no Xilre comentei enquanto pude, como Cláudia. No Menino de Sua Mãe e na Eva com a Maça, comento como Filipa, estes dois últimos blogs apelam ao meu lado mais íntimo, então achei giro ter uma espécie de lado A- Cláudia e um lado, B-, onde comento com o meu segundo nome Filipa, não tenho mais nenhum segredo no que aos comentários diz respeito e Filipa sou e serei, só mesmo nestes dois blogues. Ah! às vezes também digo coisas no bom sacana. E pronto, cá está a minha vida, nisto de quem, muitas vezes, não consegue ler e calar, toda exposta.
    As pessoas que se divirtam, aproveitem também para aprender qualquer coisa e deixem-se de intrigalhadas e invenções. E se acham que os comentários no Pipoco são bons, se calhar deviam concluir, que o Pipoco tem os comentários que merece, porque faz por isso, faz com que as pessoas tenham vontade de entrar aqui, de comentários engalanados.

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  8. Não me parece ajustado que comentadores tenham necessidade de justificar a honradez.
    A honra é coisa que o tempo (e não há maior distância que o tempo) e o carácter, evidenciam.

    Estimado anfitrião, permitir estas "explicações" d'honra, agastam-me.

    Este agastamento não é, decerto, a seu favor
    (a sinceridade é a mais deselegante das virtudes, como saberá)

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    1. A sinceridade é das mais elegantes virtudes, Sine die. Calculo que podemos contar com ela neste seu comentário (e nos outros), será assim?

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    2. A afirmação é de Agustina, Susana Rodrigues e eu estou de acordo.

      Conte sempre com o meu respeito por todos, naturalmente.
      (aquela conjugação verbal errada é incomodativa, não é?)

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  9. Anónimo4.3.15

    Mas que grande noite aqui, que pena eu estar a chegar no dia seguinte. Boas intervenções, extensas intervenções, o quiescente com duas predicas valentes a repelir "ajudas", Uva Passa em forma, Sine die idem.
    Bom dia a todos.

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  10. Cláudia4.3.15

    Pensamento do dia: Quando começas a receber elogios de algumas pessoas, terás sempre outras tantas, prontas a pôr em evidência todos os teus defeitos, não vá as primeiras não terem reparado.
    (Prometo ao dono do espaço, que é a última vez, que vou fazer comentários que não estejam relacionados com o tema do post).

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    1. Por apreciar a autenticidade dos seus comentários, surpreendeu-me ter sentido necessidade de escrever da sua honradez por achar injusta.

      Saí-me mal a tentar rabujar com o dono da casa, afinal soou ao contrário: uma crítica ao que escreve, que me dá gosto ler.

      Se assim é, peço-lhe que aceite as minhas desculpas, Cláudia.

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    2. Cláudia4.3.15

      Sine die, foi o facto de não se ter dirigido logo a mim, para dar a sua opinião e ter falado para o anfitrião que me encanitou e não o direito que tem, a fazer os reparos que entender. Queremos fazer um reparo a alguém, se há essa possibilidade, dirigimos-nos à pessoa alvo do nosso reparo, porque, de resto, concordo consigo e hesitei bastante antes de escrever aquilo, tenho de aprender a controlar certos impulsos . Depois, vem a conjugação verbal e novamente a dirigir-se a outra pessoa, achei que se calhar também era comigo, porque às vezes, também me atrapalho com conjugações e não me aguentei . Portanto, agora, com tudo esclarecido, não tem do que pedir desculpas. Apareça é mais vezes por aqui, aposto que o anfitrião concorda comigo nisto.

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  11. Então?! Vamos lá animar!

    Parece que acabamos agora mesmo uma sessão de psicodrama, companheiros abraçados uns aos outros a chorar as mágoas da vida.

    Corvus oculum corvi non eruit caro Sine Die.
    Acabou no mesmo turbilhão.

    A responsabilidade, como sempre, é do caro Pipoco, esse malandro que intencionalmente, minúcia de relojoeiro, nos faz dançar na corda.

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