29 julho 2014

Pipoco continua a ir à fisioterapia

Ao fim de três semanas de fisioterapia, já todos os companheiros de infortúnio são velhos conhecidos, eles despedem-se de mim com um sentido "as melhoras", eu habituei-me a conter-me quando entro na sala e está diante de mim um quadro com um tipo a fazer gestos largos com os braços, outro a mexer o pescoço em gestos repetitivos em frente a um espelho quadriculado, outro ainda anda levanta os braços e olha para o céu como fazem os jogadores da bola quando marcam um golo. Partilhamos histórias que justificam estarmos ali, um caiu de um cavalo, outro sempre se sentou mal durante toda a vida, o terceiro foi de andar com malas de computador a tiracolo. 

O bom disto é que é uma hora e meia sem telemóvel. O que mais me inquieta é que já vamos na terceira fisioterapeuta e, da mesma maneira que todos os engenheiros têm mentes brilhantes, condição essencial para desempenhar os complexos trabalhos com que ganhamos a vida, começo a acreditar que há um atributo comum a todas as fisioterapeutas...

8 comentários:

  1. Anónimo29.7.14

    As mamas...

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  2. Anónimo29.7.14

    Mãos engenhosas...

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  3. Em relação a isso dos Engenheiros, está visto que não trabalhamos na mesma empresa...

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    1. Anónimo29.7.14

      Também pensava assim até perceber que havia engenheiros, os engenheiros e O Engenheiro. Taxinomias...

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  4. Anónimo29.7.14

    Tio Salgado, da mesma forma que nem todos os engenheiros têm mentes brilhantes, as fisioterapeutas (embora não conheça nenhuma) não devem sem todas iguais. Poderão ser "desequilibradas" pela postura de trabalho, mas acho que só. :-)
    Bjnhs, CL ou VW

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  5. como espécime da classe, posso categoricamente infirmar essa coisa do génio, exceptuando talvez o "mau-génio".

    estou em dissonância cognitiva. imaginava o meu caro na área da economia, embora reconheça que "O Sr. Engenheiro" não é propriamente "um engenheiro".

    não posso deixar de reparar na analogia da entrada no salão de fisioterapia com aquilo que sinto quando vagueio pela blogo. velhos conhecidos todos cheios de dores a desejar as melhoras mutuamente. e ainda não cheguei ao facebook.

    Abraço!
    (essas férias?!)

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    1. Saiba o caro colega quiescente que sou engenheiro não praticante, tantos são os anos que levo como condutor de almas.

      Saiba ainda que lhe roubarei a ideia de isto dos blogs ser uma valente sessão fisioterapia.

      (isto não são férias, é preguiça de acabar com a coisa)

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    2. Essa do condutor de almas fez-me lembrar "O Engenheiro das almas" de Josef Skvorecky. O que eu me diverti a lê-lo!
      Talvez mais que o caro Pipoco na sua fisioterapia, talvez.

      (preguiça de acabar com o quê?)

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