01 junho 2014

Vamos por partes, Leididi

Antes de mais, o mundo é injusto e perigoso e é preciso que saiba isto. A boa notícia é que o mundo é tremendamente simples, tudo se resume a instinto, lógicas de interesses e defesa de classe. Perceber isto o mais cedo possível poupa-nos a uma quantidade de decepções vida fora.

Depois, uma saia mais curta despertará sempre olhares e comentários (de homens e mulheres), os mesmos olhares que despertará um Rolex de ouro em Chelas, um homem de fato de treino cor de rosa no ginásio ou um cachecol do Benfica no meio da claque dos Super Dragões. E fique sabendo que os homens são igualmente gozados por ser gordos e baixos e gagos e com óculos e, um exclusivo de género, os homens são gozados por ser carecas antes do tempo. E saiba ainda que os homens implacáveis lá no trabalho deles se dirá que são igualmente mal-fodidos, na variante "como lá em casa é um pau-mandado, vinga-se aqui", que os homens também são assediados, com a desvantagem de, resistindo ao assédio, "é porque não gostam de mulheres", são assediados porque têm o poder de decidir, são assediados até pelo que escrevem (mas não me queixo, afinal "ponho-me a jeito"). Resumindo, o mundo é injusto e perigoso para todos, homens e mulheres.

Terceiro, o problema do seu post, é generalizar e tratar por igual todos os homens, como se todos, só por questão de género, fossem uns monstros poderosos, que surgem do escuro e atacam mulheres indefesas, como se todos matassem as mulheres que lhes dizem que não, como se o mundo fosse um corredor estreito onde as mulheres passam no meio e os homens estão de cada lado do muro, garrafa de Super-Bock na mão, prontos para repetir a cena do Silêncio dos Inocentes, quando a Clarice Starling visita o Dr. Lecter e passa no meio das celas dos presos, como se as mulheres não tivessem opções, nenhuma opção.

O mundo é injusto e perigoso mas não tão injusto e não tão perigoso como seria se todos os homens fossem monstros, eu continuarei a achar bonitas as mulheres que são bonitas e menos atraentes as que do meu ponto de vista são menos atraentes (e guardarei para mim a minha opinião), considerarei mentes brilhantes as que efectivamente o são (e nem todas o são), continuarão a fascinar-me as que são mães extraordinárias (e não imagina como eu sou um pai extraordinário), mas, ao mesmo tempo, continuarei a descontar a generosidade do decote no dia das entrevistas, continuarei a escolher quem for mais competente (é por isso que escolho seis mulheres em cada dez possibilidades), continuarei a não desculpar os que destratam, os que violam, os que ofendem e os que matam (mas só esses).

Finalmente, não é por deixarmos de se escrever sobre gatinhos abandonados ou por eliminarmos as rubricas "Uma coisa para ver, outra para ler, uma para comer e outra ter" (sempre comprou o tal fato de banho que a vai pôr elegantérrima este Verão?) que o espaço será ocupado por sessões de esclarecimento sobre como se deve tratar uma mulher. O mundo é mesmo perigoso e injusto, não sei se já tinha dito.

74 comentários:

  1. Anónimo1.6.14

    Pipoco, eu até poderia tentar analisar este seu post, mas não me apetece! Só lhe pergunto uma coisa: Saber que crianças aparecem mortas, penduradas em árvores, depois de violadas, violentadas por monstros, não lhe dá uma raiva, nojo e vontade de deitar tudo cá para fora emocionalmente? Para si é mais importante criticar o post da Leididi por generalizar do que apontar a injustiça e violência a que as mulheres são sujeitas? Enfim, olhe, nem sei que lhe diga!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Dá-me exactamente a mesma raiva e o mesmo nojo que crianças com metralhadoras na mão ou crianças a carregar tijolos.

      E não critico o post da Leididi, a quem reconheço mérito e valor. Dou o meu ponto de vista, o que é diferente.

      Eliminar
    2. Anónimo1.6.14

      Sendo que o seu ponto de vista é: Não generalizemos, os homens também são vítimas de abusos, violações, mortes, assédios... na mesma proporção das mulheres. Coitados de nós, temos de fazer a barba todos os dias!

      Eliminar
    3. Não, não é esse o meu ponto de vista.

      (Até porque muitos de nós não fazem a barba ao fim de semana...)

      Eliminar
    4. Anónimo1.6.14

      Li mal então aquela segunda parte do seu post, aquela que Pipoco resume:o mundo é injusto e perigoso para todos, homens e mulheres! Li mal de certeza. Esse não é o seu ponto de vista, é apenas alguma coisa que Pipoco colocou no post que não representa o que pensa!
      O ponto de vista de pipoco é então: Não, nem todos os homens são monstros. Olhe eu, um perfeito cavalheiro, um extremoso pai! Não generalizemos! A violência contra as mulheres é uma das violências que existem no mundo, as coisas são como são, o mundo é violento e injusto!

      Eliminar
  2. Anónimo1.6.14

    Sim nada de generalizações. Mas penso que a esta altura da Vida, já posso assegurar que, a grande maioria dos homens são egoístas, que pensam mais com a parte da cintura para baixo do que com o cérebro e que não "alimentam" uma relação depois de passada a euforia da paixão. Que ainda são as mulheres que são responsáveis pela gestão das tarefas domésticas (na realidade não há partilha), que são mais elas que cuidam dos filhos (marcação de consultas, vacinas, trabalhos de casa) e que no trabalho têm de esforçar para mostrar o que valem (aos homens basta-lhes apenas existir). Em cargos de chefia nas grandes empresas (públicas e privadas) são os homens que "mandam" e na vida política idem. Se bem que aqui se nota já alguma evolução. Espero que publique o meu comentário e obrigada por permitir dar "asas" aos meus pensamentos (evitei assim uma ida à psicóloga).
    Isis

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Isis, espero que passe a próxima parte da sua vida a mudar de ideias. E, se pensa que aos homens ou a quem quer que seja basta existir para alcançar o que quer que seja, tem um longo trabalho pela frente.

      Eliminar
    2. Melissa1.6.14

      Isis, está a generalizar. Se ouvisse um homem generalizar características que observou ou observa em mulheres com as quais não se identifica, imagino que também não gostasse e se sentisse injustiçada.

      E, francamente, acho que os homens são mais honestos nas relações - para bem e para o mal, mas, pelo menos, honestos.

      Diz que os homens "pensam mais com a parte da cintura para baixo do que com o cérebro" mas olhe que muitas mulheres se justificam com o amor e com o romance para darem corda a outros e facadinhas na relação. Ao menos, generalizando, os homens admitem que cedem à tesão, enquanto que as mulheres, generalizando, dizem que acharam que tinham que lutar pelo amor verdadeiro e assim justificam andar a dormir com o irmão/melhor amigo/etc do namorado - é o "amor verdadeiro", ao jeito das novelas, filmes e livros da MRP.

      Isto é, generalizando, até pode ser assim, mas isso não justifica não confiar nos outros ou esperar sempre o pior, como se os homens fossem todos uns porcos e as mulheres uma mártires.

      Ah e quanto a partilhar as tarefas domésticas, muitos homens não as faziam em casa dos pais, muito ao contrário da maioria das mulheres, e como ninguém nasce ensinado, se querem fazê-las em casa (depois de casados), têm que aprender. Quantas mulheres não têm paciência para passar, primeiro, por uns vidros que ficam manchados, uns lençóis mal puxados, um lava loiça um bocadinho (...ou não...) alagado. Muitas. E depois dizem "deixa lá estar isso, que eu faço melhor e mais depressa", o que será bem verdade (até com menos desperdícios) mas assim quando é suposto que aprendam? Em cursos?

      Não é uma questão de dividir culpas, para mim é um questão apenas de bom senso e moderação nas "acusações" mútuas.

      Eliminar
    3. Anónimo1.6.14

      Eu peço desculpa por aquilo que vou dizer, mas essa generalização parece quase uma opinião gerada pela frustração. E isto é opinião de mulher..

      Eliminar
    4. Anónimo1.6.14

      PMS,
      Se soubesse a quantidade de vezes que ao longo da Vida já mudei de ideias e claro está que irei continuar.

      Melissa, se tisse lido o comentário com atenção (coisa que obviamente não fez) referi maioria e na todos os homens. Não entendi o que quis dizer com "os homens são honestos nas relações" e quanto ao resto do seu comentário chorei a rir.

      Anónimo,
      pelo menos tem uma opinião...

      Isis

      Eliminar
    5. Melissa2.6.14

      Isis, não li o seu comentário atentamente, lamento se ter, nesse caso, repetido o óbvio e que já havia ressalvado. Quanto ao resto do seu comentário, fico contente por ter contribuído para a sua felicidade e tê-la feito rir assim. Quem me dera uma "Melissa" na minha vida!

      Cumps.

      Eliminar

  3. "Num total de 8.733 casos [vítimas directas] acompanhados pela APAV em 2013, 82,8% destes eram pessoas do sexo feminino."
    http://apav.pt/apav_v2/images/pdf/Estatisticas_APAV_Relatorio_Anual_2013.pdf

    Generalizar nunca é justo, é verdade, Pipoco,e quem não se sente não é filho de boa gente, por isso entendo as criticas que tenho lido ao post da Leididi, mas o foco da questão é a Violência Doméstica, maioritariamente praticada por homens. Estamos a falar de mortes, violações e estropiamento. CRIME PUBLICO. É esta parte que tem de ser enfatizada, repetidamente, até enjoar, até se "banalizar" a real preocupação com os casos, exigindo, junto do Ministério Público, saber porque se arquivam os processos, porque se libertam os acusados, porque se mantém esta conivência, porque se dá tão pouco valor à vida humana e muito menos à vida de uma mulher.
    Já o disse lá e repito-o aqui, é urgente, é necessário escrever/ler/falar/pensar sobre isto, manter o assunto, que mais não seja para que os nossos filhos percebam (e casos práticos, para lhe exemplificar as palavras, não faltam) o que não pode ser tolerado.

    Feliz Dia da Criança.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Morcega, crime público. Se soubermos, homens e mulheres, que denunciemos.

      O meu único ponto é que nem todos os homens são poderosos e intocáveis, nem todos os ciganos traficam, nem todas os negtros jogam bem basket, ...

      Eliminar
    2. Tocou no nervo, "Se soubermos, homens e mulheres, que denunciemos."
      Denunciamos? Ligamos a linha de apoio e denunciamos? Vamos à esquadra e denunciamos? Encaramos o agressor e dizemos BASTA?
      Quantos de nós?

      Os crimes de violência domestica têm essa particularidade, continuarem a parecer-nos domesticos, do foro intimo. Largamos a vítima ao abandono e ela que se queixe. Aplicamos a velha máxima, entre marido e mulher, não se mete a colher.
      Para se mudar a mentalidade, as leis têm de ser aplicadas, os agressores tem de ser punidos. E talvez assim se perceba e se actue em conformidade com o que é um Crime PUBLICO.

      (Não os homens não são todos poderosos e intocáveis, mas os números existem e nos casos reportados é fácil de ver que a situação é bem diferente. E atenção que na sua quota parte ainda se englobam as crianças de género masculino. E já que hoje é o dia delas, é bom relembrar que raramente há violência às mulheres que não englobe também os filhos.)


      Eliminar
    3. Admito, Morcega, não basta a denúncia nem a acção pontual.

      Mas ajudará a generalização a resolver o que quer que seja?

      Eliminar
    4. Não. Entendo que no calor da crítica, na raiva subjacente à queixa pela realidade, podemos cair no erro (falo por mim), mas, na verdade, isso é o pior que podemos fazer. Tomar o todo pela parte. Até porque, e agora caio eu no erro da generalização, para mim, o pior machismo vem das mulheres. Bem, na verdade vem da "educação religiosa", mas não ocupo mais tempo de antena.

      Obrigada e bom domingo.

      Eliminar
    5. Morcega,
      "Os crimes de violência domestica têm essa particularidade, continuarem a parecer-nos domesticos, do foro intimo. Largamos a vítima ao abandono e ela que se queixe. Aplicamos a velha máxima, entre marido e mulher, não se mete a colher."
      Não sei onde foi buscar a ideia (completamente errada, digo-lhe já) que o Ministério Público arquiva os processos de violência doméstica e que os arguidos não são julgados e condenados. O que acontece - chatices dos estados de direito democrático - é que são necessárias provas para acusar e para condenar as pessoas (aquelas de quem se diz que cometeram crimes de violência doméstica, estão incluídas nesta pequena regra).
      Ora, dá-se o caso de alguns destes crimes serem de prova difícil, com a especial agravante de as vítimas - depois de apresentarem queixa, de o tal do Ministério Público acusar e de se fazer um julgamento - terem o estranho hábito de, com indesejável frequência, se remeterem ao silêncio, recusando-se a contar a história. Este é um problema que acresce as já conhecidas dificuldades de prova daquilo que maioritariamente se passa à porta fechada...
      Serve isto para dizer que o Ministério Público e os tribunais em geral, tal como nas burlas, nos homicídios e nos furtos, não são os responsáveis pelos crimes de violência doméstica e serve ainda para dizer que, do ponto vista do sistema de justiça, estes crimes já têm toda a atenção que lhes pode ser dada.

      Eliminar
    6. Lamento se me expressei mal, Cuca. Não quis dizer que a responsabilidade é do Ministério Publico, mas das pessoas em tentarem perceber o que por lá se passa. Por que razão, havendo tantas queixas, há tão poucos condenados.
      Não pertencendo ao mundo juridico/judicial, tento manter-me informada o melhor que posso.

      «O Ministério Público é a entidade pública que tem competência para instaurar um inquérito crime, para o dirigir e para o encerrar, bem como para sustentar a acusação em julgamento e promover outras medidas em defesa da vítima e para repressão dos crimes. O Ministério Público tem magistrados especialmente dedicados à investigação do crime de violência doméstica.

      O magistrado do Ministério Público que dirija o inquérito criminal articula, se necessário, com o colega no Tribunal de Família e Menores para a promoção de decisões sobre crianças e jovens que devam ser tomadas, designadamente a acção de regulação de responsabilidades parentais, que inclui alimentos.

      O Ministério Público pode ordenar a detenção do agressor fora de flagrante delito e sob promoção do Ministério Público é possível sujeitar-se o agressor a medidas de coação que protegem a vítima, designadamente o afastamento do agressor da vítima, com controlo por vigilância eletrónica.»
      http://www.violenciadomestica.uevora.pt/index.php?/Guia-de-Informacao/Perguntas-mais-Frequentes

      «é que são necessárias provas para acusar e para condenar as pessoas» não percebi se estava a ser irónica para comigo, se apenas com o sistema em geral. De qualquer forma, agradeço sempre quem, sabendo mais do que eu, me corrige.

      Eliminar
    7. Só a titulo de exemplo, porque não tenho tempo para uma pesquisa mais alargada, por que razão isto acontece?
      http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/ataca-mulher-e-vizinho-a-facada-e-e-libertado

      Era disto que falava, era daqui, deste tipo de absurdos, que vinha e vem a minha indignação.

      Eliminar
    8. As razões de não existirem mais condenações (e nem sequer considero que existam poucas) são simples: Falta absoluta de prova. Para o que muito contribuem três coisas: ser um crime que normalmente não se pratica na frente dos vizinhos; as vítimas, em regra, não procurarem assistência médica e, como expliquei em cima, usarem frequentemente do seu direito a não prestar declarações em tribunal sabendo que, com isso, impendem a condenação da pessoa de quem se queixaram.
      Convém também lembrar que, neste tipo de crime, especialmente durante processos de divórcio complicados com problemas de regulação de responsabilidades parentais, há um número elevado de queixas falsas.

      Eliminar
    9. (se quiser arranjar exemplos credíveis, que os deve haver, não é aconselhável procurar no correio da manhã...)

      Eliminar
    10. Entendo isso, Cuca. Mas diga-me, tratando-se de um crime publico, se houvesse mais testemunhos, queixas de terceiros (e não apenas dos envolvidos), não seria mais fácil? Haverá muitas queixas falsas, acredito que sim, mas também muitas mulheres a ser mortas, não é um soco, um pontapé, é mortas mesmo. Alguma coisa está, há muito tempo, a falhar.

      Falo das vitimas mulheres, porque foi daqui que partiu a conversa, mas, obviamente, que as vitimas não têm - nem podem ter - género.

      Eliminar
    11. Melissa1.6.14

      Morcega, não li todo o seu comentário (muito longo ah ah ah), pelo que posso estar a comentar injustamente, mas deverá ter "sensibilidade", certamente, para perceber que se muitas mulheres têm vergonha de assumir que são vítimas de violência domésticas, mais ainda têm os homens. Onde já se viu um homem (daqueles com "H" e barba rija) a apanhar da mulher?! Rais'parta!

      Os homens, mais do que as mulheres, têm muita vergonha em assumir.

      Eliminar
    12. Melissa1.6.14

      E Morcega, para mim é muito claro que um crime de violência doméstica é um crime público, apesar de um assunto íntimo. Não preciso montar um arraial para arregaçar as mangas, só preciso de saber que existe uma situação. Às vezes as pessoas não agem, acredito eu, porque ninguém quer ser responsabilizado por ter levantado dúvidas infundadas sobre certa pessoa, isso acho que refreia as pessoas que não denunciam.

      Eliminar
    13. Porquê, Cuca? Acha que o cerne da notícia é falso? Não falo da forma populista como é apresentada ou da constante procura por noticias que vendam, se é daí que parte o seu comentário. Acha que aquele homem não foi libertado como diz a noticia?

      Eliminar
    14. http://www.noticiasaominuto.com/pais/227840/homem-esfaqueia-mulher-e-filha-em-felgueiras

      Todos os dias, reparem, como todos os dias, há vitimas.

      Eliminar
  4. Como escrevi no Desassossego, Como mãe, irmã, tia, sobrinha, prima, amiga, tenho os meus medos do mundo. Nunca, como mulher do meu marido há um ror de anos.
    Não devemos generalizar, devemos combater fobias, espantar receios e exigir igualdade. Isto foi o que a vida me ensinou.
    A inteligência feminina é proverbial, mas não derruba preconceitos de séculos. Quem leu as escrituras, lembrar-se-à que o Cristo disse que não era possível acabar com os males do mundo; podemos sim, insurgir-nos contra eles e exigir reparação, aceitação, igualdade e liberdade, sempre, nem que seja pela força física, mas melhor ainda se o conseguirmos pela força da razão.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Todos temos medo, Maria. E a queda do preconceito, de todos os preconceitos, vai fazer-se com homens e mulheres

      Eliminar
    2. Não temos nada! O Pipoco não tem medo!

      Eliminar
  5. O problema das mulheres é acharem que os homens não têm problemas.

    ResponderEliminar
  6. Não vou lá atrás ao tempo dos Neandertal, com aquela teoria de que os homens não são mais do que genes sexuais desvairados, vítimas dos ímpetos da sua própria sexualidade que não controlam, como não controlam o bater do coração, e que tudo fazem para dar continuidade à espécie, inconscientemente, porquanto compreendo que muito embora haja nessa teoria muito sumo para espremer (que há), julgo que ambos os sexos têm culpas no cartório no que à submissão dos géneros diz respeito. O preconceito e o complexo de inferioridade está primeiro na cabeça das mulheres. O que disse ali a morcega faz-me muito sentido. São em primeiro lugar, as mães e mulheres que aplicam a lei da superioridade ao homem, logo desde cedo. Reproduzem os comportamentos do passado e não provocam a mudança. Submetem-se e são submissas. E fizeram-no e fazem-no há tempo demais. Se é pelo medo, se é pela estigmatização, se é pela vergonha, é, mas é também pela inércia. Eu vejo isso no Irão, no Paquistão, em Olhão e minha própria família. De cada vez que um homem se arma em patrão para a mulher, para a filha ou filho, eu digo logo que foram ELAS que o habituaram mal. E foram. Houvesse mais mulheres como a Leididi, e mais homens como o Pipoco, e tínhamos o tema resolvido. As pessoas que por aqui param, têm capacidade intelectual de sobra, para perceber, como percebeu o Pipoco, o ponto de vista da Leididi, a raiva da Leididi, e a razão da Leididi. Como é óbvio, ela não quis generalizar, generalizando, e em generalizando, feriu as suscetibilidades do homem civilizado e culto que é o Pipoco, que não se sentindo incluso no ror de atrocidades descritas pela Leididi se achou no dever de dizer que também os homens são vítimas, e que o justo paga sempre pelo pecador. Longe dos homens civilizados serem comparados com aqueles da primeira linha do meu texto. Nem há justiça nisso.
    Este grande mal é difícil de cortar pela raiz, mas pelo menos que se impeça a reprodução. E isso depende muito das mulheres e homens ‘jovens’ com crianças e com vontade. Mulheres com atitude e homens com coragem. Lembra-me a frase: ’o pensamento voa e as palavras vão a pé’. As palavras a que me refiro são as leis (da justiça e da igualdade), bem entendido.
    Depois há os anormais, deficientes, monstros, ressabiados, mas esses, nem que a mãe fosse a Joana D’Arc, lá iam. Não podemos é deixar que desses reze a história.

    ResponderEliminar
  7. OCorvo1.6.14

    Se eu tivesse um blog, depois do que li no post da Leididi, seguramente escreveria sobre os homens, esses monstros da humanidade na generalidade, e sobre as mulheres, tímidas e indefesas vítimas à mercê da violência desse monstro impiedoso.
    Assim, só dou a minha opinião, comentando o que me parece.
    Minhas senhoras; essa mulher já não existe. Existiu num passado não tão distante quanto isso, uma espécie do género referido, um ser que usava saias e se lhe assemelhava bastante, mas já passou, volatizou-se. Hoje a mulher sabe o que quer, o que faz e como concretizá-lo. A mulher contemporânea não está amordaçada nem agrilhoada aos conceitos do que eram as obrigações das nossas avós, libertou-se e voa a seu bel-prazer. O capuchinho já não receia o caminho a percorrer nem teme o lobo feroz e tornou-se incomparavelmente mais predador do que presa.
    A Penélope submissa e fiel que resistia às tentações e esperava anos a fio pelo seu marido e senhor, onde está? A mulher de hoje pensa, decide e faz sem pedir autorização a ninguém, e muito menos admite que lhe exijam explicações. É senhora e soberana, é a dona de tudo.
    A mulher, e segundo estudos comprovados, cria asas muito mais cedo que o homem, A sua vida sexual activa começa prematuramente por comparabilidade com a do homem, que a grande maioria deles, aos vinte e tais anos ainda habita o ninho onde eclodiu.
    A mulher, por causas banais, flirta e trai sem o mínimo remorso nem constrangimento, assegurando o direito de razão porque o monstro nem sequer reparou no novo corte de cabelo, ou no look aprimorado.
    Querem fazer passar a mulher por quem? Pela desvalida donzela aprisionada em masmorra pelo terrível Ogre desapiedado? Ou pela romântica e pura Virgem aguardando pacientemente pelo seu valeroso cavaleiro que a transportará para o seu reino encantado onde viverão felizes para sempre. A mulher contemporânea manda o romantismo às urtigas, e o marido ou namorado pelo mesmo caminho à mínima contrariedade, e salva o seu comportamento com um singelo e displicente: “Quem ele pensa que é?”
    Querem a igualdade? Pois têm todo o direito a tê-la. Aliás, essa questão nem deveria merecer ponderação de análise porque esse direito deveria existir por natureza, e se não é reconhecido, só a vós, mulheres, a culpa pode ser atribuída, porque a mulher contemporânea não quer a igualdade. Ou por outra; quer mas a que lhe convém, a que lhe agrada, a que a satisfaz, a que lhe dá prazer. Como diria alguém, a mulher quer a igualdade que lhe cheira e satisfaz os sentidos, porque a igualdade, a verdadeira igualdade implicaria unhas quebradas, suor e sacrifício. E isso, tanto quanto eu saiba e pelo que o mundo já me mostrou, mais facilmente uma mulher prefere a morte do que abdicar da sua condição de mulher nem da sua beleza.
    Somos homens e mulheres, apenas. Com os nossos defeitos e virtudes, com as nossas incongruências por igual. Nem todos os homens são monstros cruéis, nem todas as mulheres são puras e perfeitas. Somos humanos a quem nos foi oferecido o poder de sermos felizes, e é uma pena não o compreendamos. Na verdade, de comum só temos o facto de pertencermos à mesma espécie, porque se por natureza tudo nos aproxima e atrai, por estupidez tudo nos afasta.
    Não generalizemos. Há homens maus, e há mulheres péssimas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. "A mulher, por causas banais, flirta e trai sem o mínimo remorso nem constrangimento, assegurando o direito de razão porque o monstro nem sequer reparou no novo corte de cabelo, ou no look aprimorado."
      (...) "e se não é reconhecido, só a vós, mulheres, a culpa pode ser atribuída" (...)

      É por hipérboles deste calibre no post da Leididi, que o PMS terá reagido com este.

      "tanto quanto eu saiba e pelo que o mundo já me mostrou, mais facilmente uma mulher prefere a morte do que abdicar da sua condição de mulher nem da sua beleza."

      O mundo, acredite, tem mais para (lhe) mostrar.

      Um bom domingo

      Eliminar
    2. Anónimo1.6.14

      O Corvo já foi à India?

      Eliminar
    3. Caro Corvo,
      sou portuguesa e estudo num país do Leste Europeu. Tenho colegas de curso que vieram de todos os cantos do Mundo. Tenho colegas de quase todos os países da Europa Ocidental, japoneses, indianos, afegãos, iranianos, árabes, brasileiros, tailandeses, camaroneses e de outros países que nem sei onde ficam no mapa.

      E o que te posso dizer sobre isso... apesar de não estarem no país deles, seguem à risca tudo que lhes foi ensinado desde crianças. Que as árabes e todas as moçoilas muçulmanas não saem de casa sem o hijab, passam um ano inteiro sem comer qualquer tipo de carne porque cá não existe a carne Hallal ("ai... e a vitamina B12 que só consegues na carne? Alá protege-me de tudo") , enquanto que maioria de nós europeias somos pessoas que não temos qualquer problema de nos sentarmos numa esplanada com colegas-homens porque assim fomos educadas, elas são INCAPAZES de sequer se aproximar de locais onde se possam sentir expostas.
      Muitas delas até cresceram em cidades cosmopolitas Europeias e estranham o comportamento das colegas porque a própria família nunca permitiu que elas tivessem tal comportamento que para elas é demasiado ocidentalizado e promiscuo.

      Essa mulher que falas, muito provavelmente é uma mulher europeia, com uma educação de uma europeia citadina. Mas esqueces-te que em Portugal por exemplo, não existem só portuguesas e também existem portuguesas que têm um comportamento semelhante às tais muçulmanas que te falei. E isto pode ser um bocado devido à pressão masculina, em busca da mulher mais recatada e calada possível, mas acima de tudo devido à pressão da família e da cultura em que foram educadas.

      Estás a cair outra vez no mesmo erro de generalizar a coisa ao caracterizares a mulher como um ser emancipado, que infelizmente ainda não o é.

      Eliminar
    4. OCorvo1.6.14

      Duvido muito, Pusinko. Que o mundo tenha muito mais para mostrar a quem já desceu ao Inferno.
      E quem reagiu à - segundo a Pusinko, - hpérbole, que quanto a mim acho que se algum exagero houve foi da Leididi; fui eu e não o PMS.
      Mas compreendo o seu engano, assim como compreendo a Leididi. Normalmente os sentimentos de revolta muito acesos nem sempre permitem um eficaz discernimento.
      Um bom resto de Domingo para si.

      Eliminar
    5. OCorvo1.6.14

      Não, nunca fui à Índia. Mas não preciso visitá-la para não lhe desconhecer a realidade.

      Eliminar
    6. Lá está. É no berço, é no berço que tudo acontece. A repetição dos comportamentos. Ensinam assim, aprendem assim e assim se assumem. É uma grande tristeza as mulheres seguirem uma religião totalmente machista, como são TODAS, quando para mim, a religião não é mais do que um punhado de linhas que os homens escreveram para submeter as mulheres. São as próprias mulheres que ao longo dos anos se inferiorizaram perante o género masculino. É porque elas também vão lá apedrejar as filhas, é porque elas também chamam p*** às raparigas que se desnudam na TV.

      Eliminar

    7. O Corvo saberá por onde palmilhou mas, talvez o seu comentário carregue mais sombras dessa ida ao Inferno do que do resto do mundo onde há farinhas em mais sacos.

      O evidente exagero e generalizações (quanto a mim evitáveis) no post da Leididi são fruto de uma reacção a quente a um assunto sensível mas não caso único no blog. O PMS reagiu de forma mais controlada e foi o Corvo quem retomou a inflamação de discurso anterior. O exagero foi dela e seu, não do PMS, dos três o mais equilbrado nas palavras. Neste assunto, pelo menos.

      (Olá Pipoco! Estou aqui a teclar sobre si como se não fosse o seu espaço sem sequer ter dito hallo... que distração a minha.)

      Eliminar
  8. Ainda tratamos estas questões como se tratavam, até ao advento da medicina moderna, as várias maleitas que afligiam os nosso avoengos: com mezinhas e sangrias. Uma cura para todos os males. Hoje, a caminho do medicamento personalizado, resultante da análise genética, sabermos que não é assim. Mas nas análises comportamentais públicas, misturam-se questões culturais, com os efeitos da miséria extrema (humana e social), com aquilo que são puras disfunções, doenças até. Uma caldeirada, portanto. A partir do momento em que sabemos que dois por cento da população exibe características de psicopatia, pergunta-se: de que forma está a sociedade preparada para lidar com isso? A resposta, neste momento, é: apenas à posteriori, quando se lê nas notícias (ou pior, quando surge mais perto). Investe-se (?) na correcção (ou pseudo: como prisões ou, em casos recentes, como injecções letais e enforcamentos) mas melhor estaríamos se se percebesse porquê: objectiva, cientificamente, como fazemos (ou procuramos fazer) com o cancro ou a varíola. Sabemos hoje que o cancro não se trata com sangrias nem a varíola com mezinhas. Saberemos, um dia, que o mal (o "mal" absoluto) não se analisa sem microscópio, não se trata com cordas ao pescoço. Um dia, saberemos.
    (NB: Refiro-me apenas aqui principalmente aos casos extremos referidos pela Leididi, e a outros não referidos, que sucederam esta semana e igualmente, arrepiantes; por outras palavras, refiro-me apenas aos Lecter genuínos, não aos aspirantes, que surgem a cada passo).

    ResponderEliminar
  9. Venho aqui declarar que ser mulher não é nada horrível. Que as revistas que incentivam a comprar um corpo perfeito são maioritariamente escritas por mulheres, para mulheres. E que se falam disso em vez de falarem de futebol ou de conterem descrições pormenorizadas da última violação mediática é apenas porque escolhem as matérias que as leitoras - mulheres - preferem ler.
    E venho aqui lembrar que as mulheres também olham para o corpo dos homens, também trocam comentários com as amigas e também se deixam fascinar por pormenores totalmente supérfluos.
    E também são culpadas do crime de violência doméstica, embora mais frequentemente optem pela modalidade da violência psicológica e eles, por enquanto, ainda se queixem menos.
    E aproveito para lembrar ainda que talvez os homens tenham mais razões para ter medo do que as mulheres já que, dizem os números, que são maioritariamente eles as vítimas dos crimes de ofensa à integridade física e de homicídio.
    É verdade que as mulheres trabalham mais e ganham menos e são mais facilmente despedidas e é-lhes mais difícil chegar ao topo da carreira. Mas também é inegável que a cada ano que passa isso é menos verdade.
    E ser mulher não é mesmo nada horrível.

    ResponderEliminar
  10. Ou: enquanto se virem como vítimas indefesas, seres inferiores, que, lá está, acham que merecem, por algum motivo torpe, vão continuar a ver os homens como agressores. e sim, tb me incomodou a sensação de que as mulheres não têm qualquer opção. Que têm, como é óbvio... Nomeadamente uma joelhada nos tomates, darem-lhes com qq coisa nos cornos, fugir, gritar, aprender a defender-se de alguma forma (por acaso era uma boa permitir o uso daquele sprayzinho que deixa um gajo cego por uns minutos, só naquela...). Enquanto era adolescente, nunca tive coragem para responder à altura às bocas dos gajos das obras, mas tinha uma amiga que respondia, envergonhando os homens das obras com o seu palavreado. era muito divertido. o que obviamente não muda em nada o meu repúdio e absoluto nojo que me mete o facto de algumas pessoas, homens, mulheres, adolescentes e crianças, acharem que podem tudo só porque...
    Bjos

    ResponderEliminar
  11. Muito provavelmente nenhum de nós que aqui escreve ou que aqui lê é psicopata, pedófilo(a), violador(a) ou inicia ou iniciou situações de violência doméstica, física ou psicológica. Partamos deste princípio.
    Mas provavelmente todos nós somos ou fomos observadores do que se passa na sociedade de que fazemos parte, repito, fazemos parte. Prontamente, na qualidade de observadores, apontamos o dedo às autoridades, as mulheres aos homens, os homens às mulheres, uns aos outros em geral, generalizando mais ou generalizando menos. Identificamos a ausência de acção em outras instâncias, acusamo-los de indiferença, de inacção, andamos entretidos com isto e deitamos a cabeça no travesseiro com a consciência tranquila, afinal somos inocentes.
    Todos temos opinião sobre quem devia fazer o quê. E isso é bom. Tão bom, que também quero dar a minha.
    Assalta-me uma exasperante sensação de impotência. Por exemplo, quando acompanhei um colega (homem) na sua angústia porque a ex-namorada o perseguia ameaçando-o, inclusivamente com uma gravidez e respectiva chantagem emocional, esse colega, apesar do apoio e amizade que lhe tentámos dar, suicidou-se. Não está na mão de uma pessoa só, qualquer pessoa, fazer a diferença que mudará o mundo, se assim fosse, já um Schindler, um Gandhi ou uma Madre Teresa de Calcutá, teria exterminado as atrocidades.
    Assim, na busca de acalmar esta impotência exasperante que me assalta e me enche o coração de dor quando leio que uma rapariga no Paquistão foi assassinada pela família à pedrada porque fez o que todos sonhamos fazer, concluo que há sim uma pequena obra à minha espera, à espera de cada um, todos os dias. E essa obra é ser um bom rei (ou rainha) do metro quadrado que lhe foi destinado, em terreno, em trabalho, em pessoas com quem lida. Como disse Gandhi, “Sê a mudança que queres ver.”
    Quanto a mim, para terminar, o Pipoco Mais Salgado completou a constatação dos factos que a Leididi iniciou e que muita gente está a comentar. Talvez esta borboleta que aqui começou a bater asas, cause o tufão que leve a mudança ao Paquistão, aos consultórios dentários e a todos os lugares do mundo.
    Susana

    ResponderEliminar
  12. Meus caros, usualmente observo aquilo que me parece um ou outro erro sistémico nestas linhas de argumentação. O erro base consiste na menção dos termos humanidade e sociedade como se tratassem de massas homogéneas quando sabemos que por aí abunda uma súcia de energúmenos psicopatologicos disfarçados de criaturas racionais. Os homens são maus, as mulheres são pérfidas,os gatos são pequenos judas. Estas generalizações são frequentemente fundamentadas na patética crença da indivisibilidade do ser, promovida tanto pelo fundamentalismo da religião como pelo aparato mesquinho da política. Há uma vozinha na maior parte de nós que ecoa os imperativos pleistoceénicos para o domínio e a sobrevivência. Como resolver isto, como evitar que seres na acepção de consciências, longe do jugo do género,sejam violentados, apedrejados até à morte por diferenças religiosas, abadonados na rua porque todas as suas forças se esvairam, violados,decepados,doutrinados?
    Há de facto um culpado aqui. Os administradores do nossos pequenos burgos na sua cegueira voraz. São eles que rejubilam com a ignorância atroz das massas, que a fomentam através dos seus mastins da comunicação social, dos orgsnismos reguladores, e finalmente pela lei imposta pela força para subjugar o ser ao interesse próprio, sempre tão alheada da moral, sempre tão esquecida da declaração de direitos humanos.
    Há esperança?! Claro que sim, mas apenas no fim da humanidade. A incomensurável vaga vem aí, aquilo que se esperava triunfo da vontade será o triunfo do intelecto humano acumulado. Deixaremos estes corpos patéticos que nos amordaçam a mente para nos tornar-mos algo diferente. Como todos os partos, será horrível e difícil, um mar agitado de sofrimento humano. Mas infelizmente o meu niilismo não vê ums saída para a merda de mundo que habitamos, esta esquizofrenica ecúmena, sem ums singularidade tecnológica que nos conduza,sempre com tantos perigos é certo, a ums utopia pós escassez vagamente anárquica.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo1.6.14

      Faltava um brilhante profeta da desgraça, mas veio.
      Falta agora um iluminado da Religião que venha propor a salvação mundial através da palavra de Jesus.

      Eliminar
    2. Estando para ser entregue e abraçando livremente a paixão, ele tomou o pão, deu graças, e o partiu , e deu a seus discípulos dizendo:

      Tomai todos e comei:
      isto é o meu Corpo
      que será entregue por vós

      Do mesmo modo, ao fim da ceia, ele tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente e o deu a seus discípulos dizendo

      Tomai, todos, e bebei:
      este é o cálice do meu Sangue,
      o Sangue da nova e eterna aliança,
      que será derramado por vós e por muitos,
      para remissão dos pecados.
      Fazei isto em memória de Mim.

      Eliminar
    3. :D:D:D
      As minhas desculpas pela estouvada ortografia de insónia.
      Não é necessário ser profeta caro Anónimo. A "Desgraça" está mesmo a caminho, em proporções Bíblicas.

      Eliminar
  13. É simples Pipoco: viage, viage e preste atenção. Eu vivi oito anos na Europa civilizada, se alguém desconhecido comentou o meu corpo ou a minha roupa duas vezes por ano foi muito. Depois voltei, não imagina o choque, a sensação de liberdade perdida.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A pergunta que se impõe é: Fez algum tipo de dieta ou plano de ginásio especial desde que voltou Rita Maria?

      (Não, não sou anti-feminista em particular... Os fundamentalismos, de qualquer tipo, é que me causam urticária.... Se falamos da situação das mulheres no Médio Oriente e em África, por exemplo, falamos de coisas sérias... E isso sim é motivo para reflexão, discussão e activismo... Se falamos de piropos na Europa que incomodam as moças... A sério... Give me a break que para brincadeiras não tenho tempo...)

      Eliminar
    2. A resposta não se impõe, mas eu respondo-lhe na mesma: durante oito anos no estrangeiro, o meu peso terá oscilado uns 10 kg entre o ponto mais baixo e o ponto mais alto. Estatisticamente, essa evolução não teve qualquer papel significativo no número de comentários de desconhecidos, homens ou mulheres, sobre o meu corpo. Simultaneamente, ao longo desse período, devo ter vindo em média três vezes por ano a Portugal. Também aqui, estatisticamente, não há grande diferença na quantidade de comentários sobre o meu corpo ou aspecto feitos por desconhecidos em função da oscilação de peso. Lamento desiludi-lo, mas o tratamento do meu corpo, e dos corpos das mulheres no geral, como "causa pública" não depende, pelo menos na minha experiência, significativamente do seu aspecto. Depende, isso sim, da cultura em que escolhem andar na rua.

      Vamos que decido sair à rua com um vestido curto: eu posso ser presa num país árabe fundamentalista, como refere. Com a mesma roupa em Istambul sou apenas assediada por cada terceiro indivíduo que passa (falo por experiência própria). Com a mesma roupa, em Portugal, ouço apenas um comentário por vez que saio à rua, imaginemos, não estará muito longe da verdade. Mesmo vestido, Inglaterra: nada. Mesmo vestido, Alemanha: nada.

      (deixei de fora a República Checa porque tenho de colocar a hipótese de bocas que escapassem à minha compreensão, mas nunca me disseram nada)

      Isto é apenas a minha experiência pessoal, mas para mim quer dizer isto: que há países onde a misoginia é mais aguda, mais generalizada e/ou mais formalizada do que em Portugal. E que há países onde a misoginia está menos presente ou é menos aceite do que em Portugal.

      O que significa, entre outras coisas, que estamos a falar de realidades sociais, não de casos isolados, desmentíveis com um "nem todos os homens são assim" (claro que não!) ou um "também há mulheres que fazem isso" (estatisticamente significantes?), e que essas realidades não são, de todo "a forma como as coisas sempre foram desde que o mundo é mundo" nem decorrem de uma incapacidade masculina de respeitar o outro (aliás, se há coisa que me incomoda nesta discussão é quando se fala dos homens como uma quantidade de bárbaros sem controle sobre o seu desejo, verve ou delicadeza).

      Se não quiser acreditar na minha experiência pessoal em diferentes países, o que aceito, a própria evolução histórica da misoginia, em qualquer um destes países, documenta o mesmo: processos de evolução, negativos ou positivos, das sociedades.

      Já discutir sobre se é suficientemente grave ou não que eu me vista em função das bocas que tenho paciência para aturar naquele dia, que tenha medo de deixar a minha irmã de dezoito anos andar sozinha na rua à noite ou que tenha ouvido o meu primeiro "boquinha de broche"* aos doze anos parece-me que, como é a mim que me acontece, devia ser eu a decidir o quanto me incomoda.

      (*gostava de referir também que quando ouvi o meu primeiro "boquinha de broche" não tinha feito nenhuma dieta ou plano de ginásio em particular, embora pudesse estar com as pernas tonificadas em virtude de jogar à apanhada.)

      Eliminar
    3. Rita Maria, obviamente que eu estava a ser irónica e que a pergunta era retórica... Ainda me custa a acreditar que se tenha dado ao trabalho de escrever o que escreveu, mas bom... Só reforça o que eu achava... Meter burkas e vestidos curtos no mesmo saco é ofensivo aqui e na conchichina. Também lhe podia falar da minha experiência de vida pelo mundo e das conclusões estatisticamente suportadas que daí retirei mas agora não tenho vagar que a hora já vai adiantada...

      Eliminar
    4. Anónimo2.6.14

      I just love the Irony. One has to be smart to apprehend it.

      Eliminar
    5. Não é o mesmo saco minha querida, é uma gradação. Está ver ali o preto ao fundo e o branco na outra ponta? Há muitos tons de cinzento.

      Um deles diz: há países em que como mulher sou muito mais livre quando ando na rua. Há países em que sou menos livre que em Portugal.

      A senhora diz: se ainda não chegamos a um caso de gravidade máxima e se há casos piores, é ridículo falarmos disso. Eu registo e percebi. Mas não me venha com o desemprego, porque eu respondo-lhe na mesma moeda: Portugal está a milhas do problema de desemprego do Afeganistão.

      Eliminar
    6. Onde é, exactamente, a Europa civilizada?

      Tendo em conta coordenadas que referiu creio estar no sítio certo (sendo que nem 10 minutos demoro (a pé) até à chancelaria) mas mesmo assim, não me parece o paraíso.

      Eliminar
    7. Rita Maria, "Minha querida"???? Ahahahahahahahahah... Adoro! Ali a costureira de rua também me trata assim e é por isso que eu gosto tanto dela... Olhe, se lhe apetecer vá ver o que escrevi sobre o assunto e se quiser continuamos lá a conversa para não estarmos aqui a aborrecer o sr. Pipoco. Está bom assim? Se não olhe... Ficamos por isto mesmo que também é bom.

      http://calmacomoandor.blogspot.pt/2014/06/disso-da-desigualdade-de-generos-ou.html

      Eliminar
    8. Anónimo6.6.14

      A NM não tem capacidade argumentative. E é só.

      Eliminar
  14. Se os homens e as mulheres tivessem os mesmos gostos isto não tinha piada, mas se ambos se respeitarem e conseguirem perceber que ambos têm qualidades, que devem ser potenciadas, pode ser que finalmente se entendam e consigam viver em sociedade com todas as regras e códigos de conduta que a mesma implica e que dela fazem diariamente.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. OCorvo1.6.14

      Pipoca Arrumadinha. Lá está!
      Se este mundo tivesse lógica, quem montava os cavalos de lado eram os homens.

      Eliminar
    2. Se os cavalos deixassem, porque são animais inteligentes!

      Eliminar
    3. Melissa2.6.14

      OCorvo, estou sempre a dizer isso!

      Eliminar
    4. OCorvo2.6.14

      Lá está, Melissa!
      O grande problema da humanidade é nunca se fiar em quem sabe e depois fazer fé num qualquer charlatão.

      Eliminar
  15. Desde os tempos da mala Chanel que já devia saber que dizer-se o que se pensa, em tempos pantanosos, dá direito a linchamento público.
    Percebo-o. Honestamente que sim.
    Eu, que raras vezes fui amada por homens, continuo a ter fé no género. Não rotulo o todo em função da ínfima parte que conheci.
    Se há homens capazes de atrocidades neste mundo? Há sim senhor, homens e mulheres. Mas, tal como se tende a pensar que as mulheres são as vítimas, quando são elas a matar também se arranjam desculpas (era a depressão, era a pdi, era a falta de dinheiro para alimentar os filhos, era a puta que as pariu...).
    Eu sou daquelas chanfradas que até acha as mulheres são mais cruéis mas, na hora de pagar a factura, conforme mandam as regras, paga o homem.
    Não nego, no entanto, que as mulheres ainda têm menos capacidade para se defender.
    Resumindo e baralhando... há de tudo por esse mundo fora.

    ResponderEliminar
  16. OCorvo1.6.14

    Olá, Alima das Cartas.

    Estudas num pais estrangeiro, logo és uma menina muito mais nova do que qualquer uma das minhas filhas, muito provavelmente com idade de uma neta.

    Os teus colegas, se bem que de várias nacionalidades e culturas, são o que são. Colegas teus, rapazes e raparigas que estarão mais interessados na formatura e desfrutar da vida estudantil fora do ninho do que propriamente em ideologias culturais.

    Eu conheço a cultura muçulmana, - adulta - o que é um pouco diferente, com quem trabalhei largos anos, mas o post da Leididi espingardeando contra tudo que, vestindo calças se mexe, se bem que prestando a devida atenção para não antes estar certinha que a extremidade das ditas vestimentas não terminam nuns saltos de 14 ou mais centímetros, não era a essas mulheres que se cingia e sim às que conhece, às mulheres da sua sociedade, às amigas, melhor dizendo.

    Não falei de uma mulher, Alima; falei da mulher contemporânea, as ditas filhas de Eva, e das outras mais antigas, mais conhecidas por filhas da desdita. E só falei para justificar o quanto a exaltação da Leididi é errada e injustificável.

    Porque um energúmeno , um animal boçal e ignorante comete um acto abominável, extermine-se o género masculino e acabe-se com a sarna. Como se todas as desgraças e horrores no mundo, dessa espécie fossem provenientes. Como se todos os horrores perpetrados desde os primórdios à actualidade, a eles fossem atribuídos.

    E no entanto, se se quiser consultar a história, e mesmo os dias de hoje, que chamar a mães que vendem as filhas para a prostituição? A mãe de Joana, tanto quanto eu saiba ainda está na cadeia. E aquelas que os afogam? E as que os estripam? Como a mãe inglesa; e as que os discriminam? E as e as...por ai adiante.

    E que nos diz a história sobre a bela, perfumada e delicada flor, segundo a Leididi, a vitima indefesa da maldade masculina. Cleópatra, Messalina, Lucrécia, Bolena, Catarina de Médicis, Isabel, a Católica; Maria, a Sangrenta; Erzsébet Báthory, a Condessa do Sangue. Essa que inspirou Drácula de Bran stoker.

    Sabe lá a Leididi o que é, o que foi o sofrimento feminino, a voz calada, a humilhação tragada, a razão ignorada.

    Para terminar pois não volto ao tema, com o devido respeito ao dono do espaço pela minha ousadia, deixo uma homenagem que sempre desejei fazer e nunca tive oportunidade.

    “A minha mãe.

    E a todas as mulheres do meu tempo; meninas, raparigas, namoradas, noivas, esposas e mães; seres sublimes tão profundamente ignoradas, dificilmente escutadas, sempre incompreendidas e quase nunca perdoadas.

    O meu sincero reconhecimento e gratidão.”




    Com toda a minha simpatia, desejo-te boa sorte nos teus estudos e toda a felicidade do mundo.






    ResponderEliminar
  17. Anónimo1.6.14

    Qual foi a parte em que a Leididi generalizou? Ela disse que não é por um homem andar umas horas disfarçado de mulher que sente o que elas sentem (percebe o que elas passam, mas não sente o que elas sentem). E depois explicou, e muito bem, porquê. Falou dos homens maus - não disse que todos eram maus.

    ResponderEliminar
  18. Anónimo2.6.14

    Caro OCorvo, não conheço a Leididi, mas a frase ..."o post da Leididi espingardeando contra tudo que, vestindo calças se mexe..." leva-me a concluir que não entendeu de todo a mensagem que está subjacente ao post. Quer homens e mulheres gostem ou não do que leram, pense um pouco porque é que tantas mulheres se reviram naquelas palavras? Eu inclusive. Esta sociedade (tal como o país) vive numa ilusória realidade: em teoria existe um determinado comportamento, acção/reacção, etc...na prática, ocorre precisamente o oposto. E por favor, deixem de comparar violência doméstica exercida sobre os homens com aquela que é exercida pelos mesmos sobres as mulheres. Muitos anos de ditadura e de dependência da mulher (principalmente económica) em relação ao homem ainda não permitem uma total libertação "mental". É um trabalho de décadas. Sortuda esta geração de mulheres que não faz a mínima ideia do que se fala, nem do que muitas mulheres passaram para estarem hoje livres. Não há muito tempo, a mulher que pedia o divórcio (maior parte dos casos) era apelidada de puta....Haveria tanto para dizer...
    ps-se puderem vão à APAV e falem com as pessoas que vão procurar a ajuda desta associação.
    Isis

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. OCorvo2.6.14

      Senhora Isis:

      A senhora concluirá o que lhe aprouver, ou o que a sua vontade lhe ditar. É soberana das suas decisões.

      Contudo, não será por isso que lhe concederá maior autenticidade, nem a particularidade de se ter identificado com o texto da Senhora Leididi lhe auferirá maior veracidade. Para mim, no post da Leididi, interpretei o que li.

      Não vou argumentar com a senhora, uma das razões foi ter prometido não voltar ao tema, mas a uma pergunta directa exige a boa educação o direito de resposta.

      Reitero que a mulher contemporânea não quer, não deseja a igualdade, embora esse seja o álibi perfeito para um aliviar do vosso stress de...uma unha quebrada, por exemplo; mas não quer. E no vosso íntimo, lá num cantinho escondidinho das vossas bonitas cabecinhas, sabem-no perfeitamente.

      E posso prová-lo!

      De facto é uma verdade incontestável, facto objectivo e concreto que o homem pensa bastante mais da cintura para baixo do que dela para cima. Bem; há uns quantos que fogem às estatísticas, mas normalmente são aqueles que usando calças podem ser confundidos com os referidos.

      É, portanto, ponto assente que nenhum homem está imune aos encantos de uma mulher bonita. Não é culpa nossa, a natureza fez-nos assim, e posso garantir-lhe que naquilo que me concerne, os meus agradecimentos à mãe natureza são eternos.

      E agora entra a MULHER, em maiúsculas para realçar o seu primordial papel na obra da natureza.

      Doto-vos ela, a Mãe Criadora, da arma mais letal que o mundo já conheceu, ou alguma vez conhecerá, que vos dá o poder de decisão universal sobre o mundo e as coisas, sobremaneira eficaz sabendo-se que do outro lado está um ser que pensa da cintura para baixo.

      Minha senhora; se por uma insignificante contrariedade provocada pela não elogiosa palavra ao vosso cabelo é suficiente para o jejum do inocente faminto por uma semana ou mais, se deveras desejassem a igualdade bastava-lhes cerrar os joelhos por um dia, ou por umas horas, apenas.

      Os meus cumprimentos.



      Eliminar
    2. Anónimo2.6.14

      Caro OCorvo,
      menos seria mais...
      as minhas larguras
      Isis

      Eliminar
  19. Peço desculpa por ter chegado atrasada a esta discussão tão simpática. Pipoco, está a ver o que arranjou? Não vou analisar comentário a comentário até porque estou de férias e não tenho tempo. Mas as coisas são como são e às vezes - principalmente quando se está irritada e revoltada com uma série de questões relacionadas com o tema - generaliza-se. E se esse é o grande argumento para criticar este post - de que nem todos os homens são maus - é fraquinho. Com certeza que nem todos os homens são maus acho que todos sabemos isso. A diferença é que enquanto nem todos os homens são maus todas as mulheres são potenciais vítimas. Mesmo as gostam que se olhem para as mamas. Mas também sei que não os ataques que um e outro género sofrem não são comparáveis. Mas se é para transformar este assunto, que pelos vistos ainda chateia tanto homens e mulheres que "odeiam feministas", numa lista de comparação de sofrimentos, então o melhor mesmo é parar. Até porque depois rouba atenção ao que realmente importa. No entanto, e posto isto, acho que não disse em nenhum momento que todos os homens são maus. E caro pipoco, se é para dizer que "me reconhece mérito e valor", por favor, não o faça. essa frase é muito desagradável. é como dizer que X tem os olhos bonitos ou é simpático quando queremos mesmo é que seja giro (vê, só capaz e comparações destas, também, que uma pessoa não é só uma coisa). E não, ainda não comprei o fato de banho.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo2.6.14

      Admirável síntese. Acho que está tudo dito.

      Eliminar
  20. só agora é q reparei que respondi com o ID do meu marido. O q não deixa de ser irónico. Onde está TP leia-se Leididi.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. :DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD
      (desculpe-me, não consegui aguentar, foi como que uma cereja no topo do bolo, um acto falhado de suprema ironia)

      Eliminar
    2. a responsabilidade é do nosso caro PMS que anda a ler Tzu e teima em não terminar Ulysses...

      Eliminar
  21. Anónimo2.6.14

    Mas isto parece uma discussão de malucos! Não faço a mínima ideia de como a humanidade ainda consegue fazer filhos.

    ResponderEliminar