18 julho 2013

As coisas são como são

Estes são os miúdos que escrevem palavras que não existem e respondem "lol" quando não têm nada que dizer, que exigem televisão nos quartos, que gastam tempo a comentar não-coisas nas redes sociais. São os miúdos que não precisam de trabalhar nas férias para ter o último modelo de telemóvel, são os miúdos que não têm a ida aos festivais de verão indexada a bons resultados escolares, são miúdos que não falam porque lhes bastam as mensagens escritas. Estes são os miúdos sem deveres, sem esforço, sem regras, a quem tudo lhes é perdoado, porque o contexto é adverso, porque os professores são péssimos, porque a escola não tem condições, porque a culpa nunca é deles.

Estes são os filhos dos pais que não leram, com um mundo que acaba nos programas de televisão medíocres, cuja viagem de sonho é um resort na praia em regime de tudo incluído, que preferem os centros comerciais às livrarias, que não querem saber porque também para eles o contexto é adverso, o chefe é um imbecil, isto está cada vez pior, o governo, os outros.

Por que razão havemos de nos espantar por estes miúdos terem levado um banho de realidade com notas miseráveis a Português e Matemática?

38 comentários:

  1. Miúdos quem nem cara têm para levar um par de estalos! Quer dizer,não são eles os culpados,mas sim os pais...
    No meu tempo, (velha eu) quando tinha más notas levava um estalo na cara porque não tinha estudado o bastante,era impensável culpar quem quer que fosse a não ser Eu! :)

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  2. Esse é apenas um dos lados de ver a coisa... não é assim tão linear.

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    1. Obrigada por me provar que a minha geração não é assim tão mal vista como às vezes acredito! :)

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  3. Anónimo18.7.13

    Tenho uma filha e faço questão que ela não seja nada disso que descreve. Mas sei que estou a remar contra a maré e sei que a maioria das crianças com quem ela convive têm hábitos bastante diferentes dos dela. Vai ter que habituar-se a isso. Faço questão!

    Sofia

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  4. Não tenho filhos por isso falo apenas como filha. Os meus pais nunca me perguntaram, sequer, se eu tinha trabalhos de casa. Nunca foi, sequer, assunto lá em casa se queria ir ou não para a universidade. Nunca fui estimulada para estudar mas fui sempre uma boa aluna e fui longe nos estudos... porque quis. Mas uma coisa é certa, nunca os meus pais me facilitaram a vida ou me premiaram pelos bons resultados. O que sempre ouvi foi a conversa "não é mais que tua obrigação" ou "nós fazemos a nossa parte (pagar) e tu só tens de fazer a tua".
    Talvez, talvez, a personalidade de cada um seja determinante para se ser um asno ou um génio mas não acho que a desresponsabilização e facilitismos de hoje façam alguém crescer. Acho que o que se passou, sobretudo com o exame de Português, é triste, vergonhoso e, infelizmente, premonitório.

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    1. OCorvo18.7.13

      Dias Cães.
      Não e meu hábito comentar comentários, mas não posso deixar de lhe dar os parabéns, sobretudo porque não foi a única criança responsável e conheço uma menina de nove anos a quem ninguém lhe pergunta se tem ou não trabalhos de casa, que não é premiada pelos bons resultados alcançados, e desde que entrou para a escola até hoje que acabou o terceiro ano as suas notas escolares foram sempre Muito Bom a tudo. Nunca teve um Bom.
      E pinta, toca viola, dança e escreve histórias. À maneira dela, mas escreve.
      Agora quer aprender a bordar. Não a costurar, mas a bordar.
      Nunca mente e assume sempre as suas responsabilidades, não faz queixinhas e é meiga como um doce, para lá de ser uma criança linda como o mais belo ramo de flores.
      Enfim; é uma criança que nasceu para irradiar e dar felicidade.
      Os meus parabéns para si e para ela.

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    2. Está a falar de mim? :)
      Pois, viola não bate certo, de resto...
      Nunca atinei com a viola mas já perto dos 30 decidi que havia de aprender piano e canto... e aprendi.
      Acho que vem de dentro. Ninguém nos ensina a ser assim ou assado. Cada vez mais acredito nisso. Mas claro, não ignoro que fui tendo muita sorte com os muitos professores que me ensinaram ao longo dos anos.
      Alguns ensinaram mais que a matéria do programa: ensinaram-nos a sonhar.
      Infelizmente, acho que isso se perdeu porque andam todos cansados e desmoralizados.

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    3. Bem, posso dizer que sou parecida consigo. Os meus pais nunca me obrigaram a estudar mas também não era por isso que eu não ia estudar.

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  5. Anónimo18.7.13

    Gato escondido com o rabo de fora... e para os professores não vai nada, nada ???

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  6. Anónimo18.7.13

    Como estudante que fui, em determinada altura da minha vida, baldei-me às aulas, experimentei cigarros. Reprovei por faltas. Levei 2 estalos na cara e fui trabalhar porque disse aos meus pais que queria era trabalhar e ter dinheiro para as minhas coisas. Mais tarde voltei aos estudos (concluir o 12º ano), mas nunca tirei uma licenciatura. O meu empenho no trabalho tem-me dado todo o reconhecimento como profissional, e se houve tempos em que ponderei licenciar-me, neste momento acho que não faz sentido. O país já tem doutores e engenheiros a mais nas caixas de supermercados.
    Como mãe de 3 miudos, o que posso dizer é que nenhum deles é igual. O mais velho é um baldas, passa sempre à rasquinha porque não está para se matar a estudar. É rato, faz copianços e tenta copiar pelos outros. Por mais castigos que lhe dê, parece que entram todos em saco roto.
    O do meio é empenhado, não preciso de o mandar estudar, mal chega a casa a 1º coisa que faz são os trabalhos de casa. Gosta de ler. gosta de pesquisar tudo o que lhe desperta interesse para ficar com mais conhecimentos. Tem já um projecto bem definido daquilo que quer ser quando for adulto.
    A mais nova, estuda, esforça-se, ainda assim revela algumas dificuldades. É certo qua ainda é novinha, tem apenas 8 anos, mas já diz de boca cheia que quer ser uma mãe. Passa a vida a mudar fraldas aos bonecos. A aconchegar com mantas. A cantar canções de embalar. Temos 4 gatos lá em casa, é ela que faz questão de lhes dar a comida. Anda sempre com eles ao colo. Tapa-os com mantas no inverno. Aflige-se quando desaparecem.
    Em resumo, são 3 crianças filhas dos mesmos pais, vivem os 3 o mesmo ambiente familiar, os 2 mais novos andam na mesma escola, e apesar de serem de anos lectivos diferentes, estão na mesma sala, com a mesma professora e os mesmos colegas de turma (têm apenas 16 meses de diferença).
    Não acho que a culpa seja apenas e só dos Pais. Há filhos de pais drogados que dão grandes cientistas e filhos de papás de bem que dão em perfeitos parasitas da sociedade.
    O sistema, todo o sistema está mal desde o 25 de Abril de 1974. Antes disso não me pronuncio que nasci em 73. Com isto, não defendo o rigor que me contam que havia nas salas de aulas no antigo regime, mas que algo está muito mal no sistema de ensino, lá isso está.

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  7. OCorvo18.7.13

    O que os professores não se atrevem a dizer aos pais, mas gostariam.
    Ao seu filho falta-lhe mais controlo em casa.
    Em sua casa não há diálogo suficiente. Só dez minutos por dia marcariam a diferença.
    Não deixe o seu filho tantas horas diante da Televisão
    Não deixe o seu filho passar todas as horas livres diante do computador.
    Não se queixe que o seu filho está sobrecarregado. Se não estuda agora quando o fará?
    Quando eu era pequeno e fazia algo mal, os meus pais ralhavam-me a mim e não se punham a criticar o professor.
    Se você ensinasse boas maneiras em sua casa, o meu trabalho seria mais simples.
    Por que tenho de fazer reuniões de pais no meu tempo livre, se você não se interessa em vir?
    E mais, muito mais. A lista seria daqui ao infinito.

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    1. Muito bem escrito! É exactamente isto que penso!

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  8. Eu não estranho nada as notas nem como mãe nem como educadora que acompanha crianças e pré-adolescentes a estudar as matérias denominadas "mais complicadas" .No fim os tais miúdos salvo raras excepções , são fruto da sociedade vigente , das inseguranças do dia a dia , da sociedade de informação , dos adultos onde estão inseridos,das características da personalidade etc etc..Eles são esponja que absorve tudo..não é simples assim. Por acaso entre os que me rodeiam tenho bons resultados escolares e essencialmente estes miúdos precisam de acompanhamento escolar porque os pais não têm tempo e outras vezes porque os professores nas escolas não explicam como deviam ou porque estão cansados ou porque pouco motivados, sei lá ,isto também é uma realidade que tem de ser dita. Depois há as personalidades diferentes em cada criança/ adolescente e também cada criança nasce num tempo social e psicológico diferente,mesmo dentro de cada familia. Depois de vários anos felizmente de sucesso chego à conclusão que há irmãos bem diferentes para os quais tem que se utilizar métodos de ensino e de transmissão de saberes de forma diferentes, não nego. Há todo um acompanhamento psicológico, saber escutar os miúdos . Confronto-me com pais que achavam que os filhos são bipolares e afinal o que precisam é de uma forma "diferente" de ser tratados..de ser cativados para os saberes.Tudo isto implica tempo e trabalho ? Sim é verdade , mas no fim é compensador em termos de resultados essencialmente quando chegam ao fim de 2 ciclos e me enviam um SMS a dizerem a nota e a agradecerem por tudo o que conseguiram alcançar e essencialmente tenho orgulho em saber que vão para aquelas áreas sem fugir ás ditas disciplinas e vão com bases para prosseguirem. Quanto ao ensino, pois muito haveria a dizer..somente um pequeno aparte..:mudar matérias sistematicamente e dar tantas vezes a mesma matéria acrescentando somente algo mais em cada ano ,acho má politica porque na maioria das vezes os alunos "desligam" porque acham que estão a dar o mesmo..:(.

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    1. Anónimo20.7.13

      Sorriso...com tanto conhecimento de causa, não sei como ainda não está na equipa do Crato!

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  9. Anónimo18.7.13

    Alguém me pode por favor dizer quando é que os 'miúdos' foram exemplares? No tempo em que era adolescente, caro Pipoco?

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  10. OCorvo18.7.13

    Os filhos. Todos os filhos! Independentemente dos seus próprios caracteres e personalidades, espelham sempre nos seus procedimentos futuros o reflexo do comportamento dos pais.

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  11. Anónimo18.7.13

    Medo! É esse o mundo que conhece tio Pipoco? Tem filhos? Estou "com" a Vera...não é assim tão linear. Muito pelo contrário.

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    1. Obrigada por me provar que a minha geração não é assim tão mal vista como às vezes acredito! :)

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  12. Eu acredito sempre nos miúdos. Os pais das gerações anteriores não foram mais cultos, mais viajados e talvez nem sequer mais interessados. É verdade que a sociedade mudou, o acesso a bens materiais é mais fácil e as formas de comunicação moderna não convidam à concentração. Teremos uma geração diferente mas não necessariamente pior.

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  13. Os miúdos são o futuro. Eu sempre fui uma leitora voraz, as filhas nem por isso... mas nem por isso deixaram os créditos por mãos alheias, estudaram, trabalharam formaram-se... sem serem génios são muito boas. Não impusemos quaisquer regras. Criaram as suas próprias dentro daquilo a que a família as habituou. O trabalho nunca fez de mim uma mãe muito presente. Recompensei da pior forma ? Talvez, mas não me desiludiram ... Tiveram tudo o que lhes pude dar? Tiveram sim, e faria tudo igual de novo . A Cuca está cheia de razão ; Temos uma geração diferente, mas não necessariamente pior"

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  14. OCorvo18.7.13

    Eu também! Acredito veementemente!
    Já nos pais, nalguns pais; coloco sérias reservas!

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  15. Este texto é a razão porque continuo a gostar de o ler. Disse tudo aquilo que muita gente - eu inclusive - pensa e não o saberia dizer tão bem.

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  16. Pipoco, estiveste bem!
    preocupa-me que estejamos a ser governados pelos pais desses miúdos...

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  17. Que fácil é cair na simplicidade da condenação apontando o dedo e batendo a mão no peito. Se é verdade que existe uma enorme falta de respeito pela criança e pelo adolescente, o mesmo se aplica ao adulto. Cabe a todos evitar uma sociedade de Eloi (uma das raças de sobreviventes da obra de H. G. Wells – A máquina do tempo) onde levam uma vida de tal forma banal ao ponto de lhes subtrair os instintos básicos de sobrevivência, não passando de alimento para os Morlocks (a outra raça sobrevivente). Até parece que os Morlock são de facto os escravos dos Eloi, uma vez que lhes proporcionam tudo o que necessitam sem esforço em troca, mas a finalidade é outra e bem cruel.

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  18. OCorvo18.7.13

    Está bem mas isso é ficção e com isso podemos todos bem.
    A realidade, mais a que se perspectiva é bem diferente e essa é mais dramática.
    Muitos pais dizem que devemos deixar um mundo melhor para os nossos filhos, mas são exactamente os progenitores que nada ou pouco fazem para deixarem uns filhos melhores para este mundo.
    Falei há bocadinho numa criança com um comportamento exemplar tanto a nível escolar como social, e é uma criança absolutamete normal como outras tantas, ou talvez todas, com apenas uma pequenina diferença. Ela só pede atenção. E nem é precisa muita. Dez a vinte minutos por dia e é a criança mais feliz e realizada deste mundo. É só isso que ela pede, e, acredito, é o que todas as crianças pedem.
    Pais, pais. Olhem e brinquem com as vossas crianças. Afinal, coitadas, elas pedem tão pouco.

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    1. Não é só brincar. É aproveitar o tempo juntos, sejam 10 minutos ou 2 horas. É aprender a ouvi-los e eles a nós. Não ter medo que lhes dizer o quanto são especiais para nós e é por isso mesmo que não podem comer gelados antes das refeições nem ver big brothers... e por aí fora :)

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  19. Anónimo18.7.13

    Meu caro, como sabe tão bem, há sempre três versões para cada história. Contar apenas uma é demasiado redutor.
    sc

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  20. Concordo em grande parte com o Pipoco. Educar dá muito trabalho, são necessárias muitas horas, horas essas que nem sempre os pais têm porque são escravos do próprio trabalho. A grande parte dos miúdos de hoje tudo é permitido, vejo miúdos de 9 anos a tratarem mal empregados de mesa só porque sim.
    Também não concordo quando dizem que os filhos são o espelho dos pais. Acontece, mas nem sempre! Eu nunca fui minimamente estimulada para os estudos, nunca fui estimulada para coisa nenhuma na minha vida e era uma aluna excelente. A personalidade também conta muito. O problema é que cada vez menos a personalidade desempenha um factor determinante na vida de uma pessoa, cada vez mais contam os bens materiais.

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    1. Se se educar desde sempre, se formos convictos na transmissão de valores que queremos passar aos nossos filhos, educar não dá trabalho nenhum. Pode exigir paciência e alguma (muita) capacidade de repetição, mas não dá trabalho.
      E é uma alegria vê-los crescer equilibrados, felizes e preocupados com o mundo que os rodeia.

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  21. http://www.publico.pt/sociedade/noticia/metade-dos-alunos-melhorou-aproveitamento-depois-da-escola-garantir-pequenoalmoco-1600659

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  22. O que disse é verdade, vejo-o todos os dias à minha volta, sendo eu própria uma estudante (prestes a ingressar no ensino superior)...mas não pode atribuir toda a culpa aos jovens! Está a generalizar porque, apesar de eu poder observar o que descreve, também observo o contrário: pessoas esforçadas cujos pais são exigentes com eles e que tiraram notas decentes nos exames. As médias que se publicam são orientadoras mas não podem ser vistas como algo absoluto; eu tive 17,5 no exame de Português (12º ano) e do de Matemática não falo porque não sou aluna de Ciências, mas sim de Humanidades (e aproveito agora para lembrar que nem todos os alunos de secundário têm Matemática A, existem mais cursos para além do de Ciências e Tecnologias!!!). E agora falo de outro exame, um exame do qual posso falar: o exame de História A. Eu fui com 19 a exame e a minha nota baixou para 17 por causa de um professor que me atribuiu no exame a medíocre nota de 11,6, quando, na realidade, eu deveria ter tido pelo menos um 17! E na minha escola isto aconteceu com a maioria dos alunos que fizeram exame a História A... Agora imagine estas oscilações em várias escolas em diferentes exames. Não acha que pode (atenção: pode) por vezes fazer diferença nestas médias? Digo isto na qualidade de defensora acérrima dos professores e da sua causa na greve aos exames e tudo isso: os professores também podem (e mais uma vez atenção: podem) ter culpa no cartório no que toca aos exames nacionais, tanto como corretores desses mesmos exames como preparadores para eles!

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    1. O pior mesmo é descer uma nota, pelo qual andamos a batalhar durante três anos, e descê-la por ter tido apenas dois ou três valores, abaixo dessa nota, no exame nacional. É mesmo desmotivante, mas felizmente não interferiu na minha média de entrada na faculdade.

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  23. Anónimo22.7.13

    Sim a culpa deve ter sido do professor de história mediocre.não foi a nota da escola que foi inflacionada...E pedir a revisão do exame?Uma discrepância de 6 valores não acontece assim do nada.

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  24. Eu pedi a revisão do exame! Alguns professores da escola viram os exames e disseram-nos para pedirmos a reapreciação e eu assim o fiz! Agora só me resta esperar pelos resultados até 11 de agosto (já depois de acabarem as candidaturas ao ensino superior)... E não sabe do que fala quando diz que a nota da escola foi inflacionada, não sabe o que trabalhei ao longo de 3 anos para manter o 19 que tive e certamente não sabe também que a minha nota mais fraca num teste de história do secundário foi um 16, 16 esse que me envergonha e que mesmo assim faz imensa diferença do 11,6 que me atribuíram no exame. E a verdade é que talvez a nota não suba tanto assim mas alguma coisa há de subir porque tenho a certeza que em certas respostas merecia mais cotação, basta ler os critérios! Outra coisa: não chamei ao medíocre ao senhor professor que corrigiu o meu exame, disse que a nota foi medíocre o que é bem diferente e a nota continuaria a ser medíocre se o exame estivesse bem corrigido! Ao falar disso estava apenas a dar um exemplo de que como há outras coisas que influenciam as notas dos exames, não pretendi ofender ninguém nem desculpabilizar todos os alunos que tiraram fraca nota num exame! Quis apenas apontar que temos sempre que ver as situações como um todo e existe uma enorme multiplicidade de fatores que contribuíram para estas notas nos exames nacionais!

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  25. Anónimo25.7.13

    Tenho pena que se caia no erro de recorrer a generalizações como esta, acabando por colocar tudo e todos no mesmo saco. Há que saber separar o trigo do joio. Enquanto adolescente que sou, os meus pais nunca tiveram de me perguntar pelos trabalhos de casa, nunca precisaram de me ajudar com projectos escolares, sempre trouxe para casa boas notas (inclusive prémios atribuídos pela escola, devido ao meu sucesso escolar) e nunca tiveram de lidar com uma filha adepta de bebidas/drogas/saídas à noite Acabei o 12ºano e encontro-me numa situação peculiar: uns não vão para a universidade porque simplesmente não pretendem enveredar pela via académica, outros partem para a universidade apenas porque fica "bonito" dizer que se é licenciado em X e porque os pais têm possibilidades para tal (leia-se "dinheiro")... e depois, sobro eu, alguém que desde criança ambiciona ter um curso superior e vê-se a braços com a impossibilidade de seguir essa via (pelo menos para já) devido às dificuldades financeiras por parte dos pais. Terei de adiar a universidade por uns anos, pois terei de trabalhar para conseguir juntar as propinas que o curso requer. Como se não bastasse, ainda sou responsável pela reeducação alimentar da minha irmã e sou quem a incentiva/ajuda no que diz respeito ao seu percurso escolar. Neste aspecto, posso dizer que sou mais mãe/pai que os meus próprios pais, e tenho muito orgulho na boa educação e no contributo que dou aos bons resultados dela, que se revela uma criança bem-educada e se encontra com um excelente percurso escolar.
    Posto isto, e retomando o assunto deste post... notas inflacionadas? culpa dos alunos? Tive uma que esgotou todas as minhas energias, fazendo-me suar (figurativa e literalmente) por uma média de 18 na aula de professores que ora atendiam o telemóvel no mínimo 2 vezes por aula ora faziam comentários perversos às alunas e falavam de tudo menos da temática da aula (com este último, existiam até casos de bullying na aula e de pessoas que levavam o tempo todo a maquilhar-se, a jogar jogos no telemóvel, a ouvir música e a sair da sala para ir comer, perante um professor que estava mais preocupado com a dimensão do decote das alunas do que com as acções que decorriam por debaixo do seu nariz). Perante isto, como posso eu ser considerada culpada por ter tido 11 no exame de uma disciplina em que tive de fazer quase todo o meu estudo fora das 4 paredes da sala (pelos já referidos motivos/acontecimentos)? Assim como há muitos alunos que simplesmente ignoram o impacto que a educação tem na sua vida e no seu percurso enquanto pessoas, também não são poucos os professores que só pensam em "ganhar o seu" e não preparam devidamente os alunos.
    Como vulgarmente se diz, "falar é fácil".

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  26. Anónimo1.8.13

    Viva a igualdade!
    Vamos ver o banho que levam certos professores a ter que fazer exames de admissão.
    Depois conversamos com um vodka com limão ;)

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