21 março 2012

Post das oito

Em má hora me voluntariei, eu também sou um homem de causas, dizem-me que é para ajudar a camada do ozono ou o aquecimento global, uma dessas coisas será, a verdade é que me voluntariei para uma situação que é meterem-me um aparelho no carro e aquilo apita se a travagem é brusca, se o arranque é violento, se a velocidade é excessiva. Ao fim de dois dias de estridências, estou um outro homem, as rotundas que eu atacava com um ligeiro toque de travão de mão, em derrapagem controlada, agora são feitas com uma abordagem tranquila, redução a vinte metros da rotunda, duas mãos no volante, velocidade a aumentar ligeiramente em curva, passagem para a via mais à direita antes de sair da rotunda, naturalmente com o indicador de mudança de direcção activado, agora os arranques são suaves, uma mudança de cada vez, aumento progressivo de velocidade, as travagens são agora suaves, preparadas com antecedência, um sonho de condução, acho que foi um aparelho destes que puseram no Sá Pinto, agora entra no campo depois de ser roubado pelo árbitro e, em vez de lhe dar dois calduços e invectivar a progenitora, afinal está ali só para acalmar os jogadores, agora, em lhe perguntando na conferência de imprensa se o árbitro influenciou a coisa, ele, em vez de dizer que o Bruno Paixão tem tanta habilidade para ser árbitro como eu tenho para perceber as mulheres, responde que vai analisar, que depois manda dizer se a situação foi mesmo mão dentro da área ou não e, no fim de tudo isto, eu fico a pensar no impacto que a opinião dos outros tem, no dia-a-dia de quem diz que não quer saber.

(sugestão da Filipa, uma das melhores que por aí anda nisto dos blogues e que me implorou que escrevesse sobre o efeito que a opinião dos outros tem no dia-a-dia de quem diz que não quer saber, que ela depois compensava-me e dizia que afinal eu não tinha perdido a graça que me caracteriza)

10 comentários:

  1. O Sá pinto pode andar a ter aulas de controlo de emoções ou tomar ansiolíticos... e continuar sem se importar com aquilo que os outros pensam dele.
    Ou pode simplesmente ter crescido e ter-se apercebido que agora já não pode bater ou insultar meio mundo porque tem outras responsabilidades. Ou pode simplesmente ter mudado...e continuar sem se importar com aquilo que os outro pensam dele.

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  2. Maria Pitufa, estatisticamente pode ter sido isso tudo. Mas tenho para mim que lhe meteram um dispositivo igual ao que tenho no carro que apita quando a abordagem à curva é agressiva.

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  3. admiro esse domesticar da Filipa, quando parecia perfeitamente irrecuperável, investiste tudo em festas no lombo e acho que vai resultar quanto baste.

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  4. Zé, não vai resultar. A Filipa vai retaliar, principalmente porque ainda falta um segundo post encomendado, sobre o amor. Mas estou em crer que a Filipa se vai aborrecer e vai continuar a destruir-me o pouco que me resta de ego insuflado.

    (ou então ignora-mme e eu não estou preparardo para isso)

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  5. Será?
    O que me fez confusão foi a hipótese de alguém mudar de comportamento em virtude daquilo que os outros possam pensar de nós! Se assim fosse uma pessoa passava a mudar. Se é certo que de uma certa maneira o fazemos, ou seja eu não sou a mesma pessoa no trabalho ou no jantar com amigos, mas essência continua a mesma só tem é várias vertentes!!
    Acho mais credível ter uma qualquer aparelho que apita...

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  6. Prefiro esperar pelo do amor, pipoco e não sou de deixar os outros sem resposta. Quanto mais não seja, para os mandar à merda.

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  7. Zé, domesticar? Tão, pá? Quer levar um estalo?

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  8. Gotta love Filipa. ^^

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  9. Anónimo21.3.12

    Está hilariante e, lá está, inteligente. Já o do andar de cima revela menos esforço,mais prosaico, portanto,menos divertido.

    ( não resiste a opiniões menos favoráveis do público ou não perde uma oportunidade de manter o rat?)

    Maria Helena

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  10. Acho que a Filipa é o alter-ego do Sá Pinto. Como não pode espancar os árbitros...

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