Há uma coisa de Yeats de que gosto muito e que, em tradução livre, é mais ou menos assim:
"Tivesse eu os tecidos bordados dos céus
Ornamentados com luz dourada e prateada
Os azuis e negros e pálidos tecidos
Da noite, da luz e da meia-luz
Eu os estenderia debaixo dos teus pés.
Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos.
E estendi os meus sonhos debaixo dos teus pés
Caminha suavemente, pois caminhas sobre meus sonhos"
Era só isto, caminha suavemente, pois caminhas sobre os meus sonhos.
Had I the heavens' embroidered cloths,
ResponderEliminarEnwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.
[em inglês soa melhor]
ResponderEliminarMaravilhoso.
ResponderEliminarSe for este o resultado, está mais que autorizado a abichanar.
ResponderEliminarmiau...
ResponderEliminarYou getting soft on me, Popcorn?? Mau!
ResponderEliminar14h37 e a Pipoca suspira a olhar para o monitor. Isto está bonito está... :) Beijos
ResponderEliminarSempre gostei muito deste senhor e estes versos são merecedores do abichanamento de quem quer que seja.
ResponderEliminarComo já publiquei lá pelo BnB, também gosto muito do "Think where man’s glory most begins and ends, And say my glory was I had such friends." mas hoje as palavras que o Pipoco escolheu encaixam-me melhor.
Sei que é longo e ninguem lê posts longos, muito menos comentários, mas já que está numa de poesia deixe que partilhe consigo esta maravilha.
ResponderEliminar"Metade"
Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas outra metade é silencio…
Que a música que ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, Apenas respeitadas como única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que ouço, mas outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que mereço.
Que essa tensão que me ocorre por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflicta em meu rosto o doce sorriso que eu lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silencio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba,
E que ninguém tente complicar, porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a plateia e a outra metade a canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade… Também.
(Oswaldo Montenegro)
tão lindo!! que mais se pode dizer?
ResponderEliminarA química certeza.
ResponderEliminarMaria Helena
"Tread softly because you tread on my dreams"
ResponderEliminarHá tanto tempo que não lia isto... Adoro
Isto não é abichanar. Abichanar, na minha opinião, seria colocar aqui um post com uma qualquer passagem de um qualquer livrito da Margaridinha