25 abril 2010

Dos Dias da Música

O que mais apreciei de Lieder eines fahrenden Gesellen (se o meu alemão não me falha, "Canções de um Viandante"), de Mahler e Schoenberg, foi quando a meio soprano Tara Erraugth agradecia os aplausos, inclinando-se para o público e expondo liberalmente o conteúdo do seu generoso decote, os aplausos aumentavam de intensidade a cada inclinação agradecida e, lá está, a meio-soprano repetia todo o processo, em loop.

De resto, o Ich hab' ei glühend Messer (tenho uma faca em brasa) foi uma interpretação honesta, esta obra sempre me transportou para um imaginário Tonycarreiriano, principalmente na parte do

"Ich hab' ei glühend Messer, Ein Messer in meiner brust, O weh! Das schneid' t so tief, in jede Freud' und jede lust. Ach, was ist das für ein böser Gast! Nimmer hält er ruh', nimmer hält er Rast, Nicht bei tag, noch bei nacht wenn ich schlief!"

o que, como todos sabem (os que não sabem terão que confiar cegamente que o meu alemão continua como sempre foi) significa,

"Tenho uma faca em brasa, uma faca no meu peito, Ai de mim! ela enterra-se tão profundamente, em toda a alegria, em todo o prazer, Oh!, é como um hóspede cruel! Nunca sossega, nunca pára! Nem de dia nem de noite, quando eu durmo!"

(Por hoje era só isto, ainda hesitei entre esta pérola cultural e uma fotografia minha depois de um dia interinho no mar, barba por fazer, cabelo grisalho, cheio de sol e sal...).

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