06 dezembro 2013

Partiu um homem bom

Quando parte um homem bom, há que guardar recato. Há que dirigir o nosso pensamento para o exemplo inspirador e, em silêncio respeitoso, aspirar a fazer quase igual ao que fez o hmem bom que acabou de partir.

Ilustrar a nossa proximidade ao homem bom, tanta que lhe apertámos um dia a mão (que interessa se o homem bom era feito de peças de plástico?) ou propagar as bizarras confusões que os outros (sempre os outros) fizeram com o retrato do homem bom é coisa que, não fosse este recato que nos merece a partida de um homem bom, havia de nos fazer pensar que o ridículo é uma coisa sem limites.

11 comentários:

  1. Grande Pipoco!
    É isso mesmo, recato e introspecção.

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  2. Partem homens bons todos os dias e o Mundo empobrece porque é mais um pedacinho da História dos homens que se apaga. Este era um homem maior.

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  3. Não fora a questão do recato, e eu era pessoa para deixar aqui um comentário sobre isso do ridículo...

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  4. Respostas
    1. Pólinho, sou tua incondicional fã, mas desta vez o Pipoco tem toda a razão.

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    2. O Pipoco perceberá que não se brinca com a pessoa mas com as homenagens tontas post mortem às pessoas, que eu bem conheço o engenheiro!

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    3. Minha querida doutora Pólo, por mais que se esforçasse jamais conseguiria ser ridícula.

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    4. Cariño, eu amo você!

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  5. Anónimo7.12.13

    É isso mesmo. Mas noção de ridículo quase ninguém tem.

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  6. Anónimo7.12.13

    Pudesse haver um mundo que o mereça !

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  7. Anónimo8.12.13

    Sexta-feira foi um dia muito triste aqui, em Joanesburgo. O povo acordou com os olhos no chão, e palavra de honra que a cidade parecia uma cidade silenciosa durante o dia, como se tivessem carregado no botão "mute". À noite fui às celebrações populares no Soweto, não as oficiais e para "inglês" ver, mas as verdadeiras, as daqueles por quem este homem incrível tanto lutou e posso assegurar-lhe que foi um dos momentos mais marcantes de toda a minha vida. O sul africano não é recatado nas suas emoções, e a forma de dizerem o quanto o seu Tata Madiba era amado foi dançarem e cantarem toda a noite, de forma coordenada, mas com um sentimento de poder perante o qual não tenho qualquer habilidade linguística em explicar-lho. A ironia disto tudo, é que posso assegurar-lhe que não haverá homenagem mais recatada do que esta a que assisti na sexta-feira, e que nunca senti tanto orgulho em fazer um bocadinho parte desta comunidade.

    Frederica

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