10 setembro 2013

A incrível e entusiasmante história da mulher que devia experimentar ganhar, mas ganhar a valer

Ela apresentou-se como lhe devem ter explicado que se devia apresentar, sapatos de salto alto e casaco de corte irrepreensível, aquele meio termo que lhe deve ter parecido intimidatório e vagamente sensual, só lhe faltava o cabelo apanhado e os óculos de massa, modelo retro. Disparava o que tinha a dizer para acompanhar o Prezi bem preparado com o foco onde tinha que estar, tom de voz firme, sem hesitações. Tudo aquilo, as unhas bem cuidadas, o tom de voz "cama-assertivo", o equipamento I-qualquer coisa, os gestos estudados, as inflexões de voz a tirar-nos do vale da morte nos momentos certos, as deixas certas, a certeza de que no fim se ganharia sempre.

Ganhou, mas fiquei a pensar se esta mulher alguma vez terá ganho, ganho a valer.

20 comentários:

  1. Anónimo10.9.13

    Claro que não! Para que se daria ao trabalho de fazer workshops se poderia, em vez disso, estar a viver a vida que ganhou ao nascer? Hum?!

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  2. Sheila Carina10.9.13

    Poderá não ter ganho, para mim não ganhou e terá perdido, e se não recuperar a sua espontaneidade durante o prazo de validade será uma eterna perdedora, mas terá sempre mercado.

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  3. Sheila Carina10.9.13

    Poderá não ter ganho, não ganhou e para mim terá perdido, e se não recuperar a sua espontaneidade durante o prazo de validade será uma eterna perdedora, mas terá sempre mercado.

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  4. Palmier... há 175 anos à espera que o Tio Pipoco encontre a mulher perfeita...
    (Sou leitora habitual e, apesar de já ter comentado, quero dizer-lhe "força, vai conseguir, na verdade o Tio Pipoco é um vencedor!")

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    1. Onde é que assino?

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    2. Ora, isto às vezes tem posts engraçados, não sejam assim...

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  5. Anónimo10.9.13

    Caro Salgado, interroga-se do mesmo modo depois de ler O Milhão ou de ouvir o acompanhante de Otto Klemperer, nos concertos para piano de Beethoven?

    Maria Helena

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  6. Ganhar e ganhar. Ponto final!

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  7. Se ganhou a valer? Isso já não sei, mas que gosta de dominar, isso já consigo analisar.

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  8. Estereótipo tãO gasto. Olhe , então é assim um bocadinho tipo vira o disco e toca o mesmo... ou seja outro post daqueles...

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    1. Maria Roque, pois é. Ninguém acredita que estou sempre a escrever o mesmo post, só que com letras diferentes.

      (topou-me, hein?...)

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    2. (Ahahahahhaha...)

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    3. Ironias á parte, Coriolanus traz menos plateia do que a Bruxa de Portobello...

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  9. que inaudito desapontamento.

    oco como sou na minha patética máscara, pensei ter encontrado um verdadeiro chauvinista da palavra e assim partilhar uma muito minha obsessão com outrem (não, obviamente não é ortográfica, palavra mera sombra do pensamento).

    saio desiludido e só, e em boa hora a senhora me leve, tendo encontrado apenas a banalidade procariota, ou tendo-a, ela, encontrado o meu próprio macilento espectro.

    não abandones o sal rapaz, única cousa a eludir do paladar o sabor do conteúdo (ou o contrário, já não sei a esta hora).

    abraço pá.

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  10. ah, moderação de comentários.

    corajoso ainda para mais. mas só em terra alheia.

    :D :D :D :D :D

    agora estimulaste a minha curiosidade!

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  11. Se calhar ganhou, não ganhou foi onde devia!

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  12. Anónimo12.9.13

    Oh amigo Mais Salgado desculpe-me a frontalidade mas isto aqui está a tornar-se um grande bocejo. Essa coisa dos clichés wikipéddicos até pode ter alguma graça, mas tem necessariamente um prazo de validade limitado. E como já se percebeu que o meu amigo não consegue sair desse registo, penso que está na hora de reflectir sobre uma saída airosa. E olhe que mesmo as Salgadettes já começam a demonstrar algum cansaço.

    Não deixe que os outros o façam por si e escreva o meu amigo o seu próprio obituário. Use essa sua eloquência (que a tem reconhecida) para abrir a alma e, se for preciso, grite mesmo que afinal as mulheres são é todas umas grandes putas, que isso do Barca Velha é uma mistela intragável e que o Eça, coitado, não passa de um provinciano bacoco com um acentuado complexo de inferioridade.

    Depois faça uma pausa, tire umas férias, vá lá treinar o seu chasse neige para Val Thorens. Quando estiver retemperado volte, mas numa outra narrativa (como agora sói dizer-se). Opte por um sexagenário homossexual apaixonado pelo primeiro-ministro, um amanuense de uma repartição pública obcecado com o tamanho do pénis, um taxista anão convencido que é a reincarnação do Ary dos Santos…. eu sei lá, qualquer coisa que apele à sua sensibilidade.

    E se o meu amigo precisar de ajuda para o seu novo alter ego, pode sempre dispor deste seu criado.

    Abraço

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    1. Mas sempre pode deixar o link do seu blogue para nós irmos todos lá aprender como é que se faz...

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  13. Anónimo13.9.13

    O meu amigo lavra em erro. Um cliché é intrinsecamente eterno. E com valor acrescentado quando viquipédico , porque democrático.

    Mas respeito a sua opinião, como sexagenário circunstancialmente homossexual, que com esta idade e à falta de melhor companhia se entretém a si próprio.

    O meu amigo concluirá facilmente que o raciocínio lógico de pouco vale partindo de premissas erradas. Quando aceitar esta evidência irá constatar que alguém que preza a sua vida, mesmo a simulação aparente dessa vida,nunca se apoquentará com o seu próprio obituário, tarefa sempre relegada para aqueles hipócritas que louvam apenas o pecúlio que resulta do nosso falecimento. Ora que tenham algum trabalho.

    Na mesma senda questiono os restantes silogismos. Recordo que o meu amigo pode efetivamente demonstrar que alguma fêmeas se dedicam à arte da prostituição mas dificilmente o conseguirá para todas as fêmeas. Para o efeito teria de conhecer a totalidade do universo em estudo ou mostrar existir uma inerência fundamental a tal premissa, e.g. factor genético que o determine. E ainda assim persistiria a mácula da dúvida porque há pessoas com atrofia encefálica.

    Quanto ao barca velha concordo subjetivamente que é uma merda barata, e que Eça foi um maçador com papel em excesso e défice de sexo valente.

    Aprecio sempre a troca de ideias com alguém do meu nível intelectual, embora reconheça ter inicialmente confundido val thorens com uma actriz porno que grandes alegrias me dá.

    Fico assim na expectativa de receber notícias da sua parte.

    Deste muito seu,
    anonimo

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  14. Xó Salgado, xôs Anónimos,

    Eu também sô taxidermista, mas peço aos xôtores direito de resposta.

    Eu sou de Arouca e num conheço esse xó Ary.
    Nem tem nome de gente com que me dê.

    Desde já agradeço o obséquio.

    Tó Barrica
    707 200 077

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